sábado, 29 de outubro de 2016

A vida em cores


Tenho que admitir: a televisão é babá dos nossos filhos. Não como aquela que limpa, alimenta, cuida, leva passear e possui laços afetivos; mas a que os mantém por  minutos ou  horas cativos sob a fascinante telinha de entretenimento, permitindo assim que a mãe realize as demais tarefas domésticas. Esse é o primeiro contato deles com o universo da fantasia. Depois disso, impossível  resistir aos encantos dos enredos coloridos,  diversificados, musicados e tão cheios de graça que atendem aos anseios imaginários desde a  fase infantil, adolescente e se estende à adulta.

Os anos se encarregam de escrever uma lista imensa de desenhos animados e de filmes que conquistaram a preferência dos meus ex-pequeninos. Não que eu os tenha influenciado, ao contrário, sou meio adversa a várias produções que fazem sucesso com a garotada. Não  desenvolvi esse gosto quando criança, pois não havia televisão em minha casa até os 12 anos. Raramente assistíamos a algum filme ou programas na TV e quando isso ocorria, eram em visitas rápidas na casa do vizinho. No entanto, a presença dessa “criatura que fala” não nos fez falta.  As protagonistas éramos nós nas brincadeiras criativas, nas simulações do cotidiano. Esse legado foi significativo para a minha formação. O consumismo pregado pelos meios de comunicação chegou meio atrasado e se alojou pelos cantos da casa do jeito que pode...

O dono da pensão, entretanto, é um fruto das produções visuais e sonoras que a telinha despeja diariamente. Conhece TODOS os desenhos. Já assistiu a (QUASE) todos os filmes. Às vezes eu o testo,  perguntando como é o desfecho de tal filme e ele conta TUDO em detalhes. Não sei como cabem tantas informações televisivas naquela cabeça! Lógico que ele fez questão de transmitir esse prazer para os filhotes e netos, pois assim assiste, se diverte, comenta e revive as alegrias  junto às gerações que ajudou a construir.

De certa forma, sou grata à televisão por ocupar meus filhos com suas histórias, afinal eu tinha que me desdobrar para dar conta das demais obrigações. Como seria se fosse diferente com  as minhas duas bênçãos: o Irrequieto Danilo e a curiosa Patrícia?

O Danilo gostava de alguns super-heróis. Quando pequeno, teve sua fase de “He Man”; até precisei comprar uma espada para que ele erguesse e gritasse também “Eu tenho a força!” O poder e o protagonismo ficcional já o encantava desde pequeno e não foi diferente ao crescer. Haja vista sua dedicação plena pelos objetivos traçados e as vitórias conquistadas. Todavia, seus gostos não se limitavam à proezas super-humanas, gostava muito do “Gato Félix” e do filme “O Elo Perdido”, segundo ele. Lembro-me que em alguns episódios do Gato Félix, havia um tipo de esquimó baixinho que derrubava árvores e quaisquer obstáculos em seu caminho gritando "babum". Danilo adorava o Félix, mas tinha pavor do tal de “babum”. Esse medo do personagem durou alguns anos e confesso que, algumas vezes, eu me prevaleci disso para fazê-lo obedecer.

Lembro-me também que ele sempre foi muito ligado a filmes, vídeos, programas ou reportagens que discorriam sobre bichos. “O Mundo Animal” era assistido constantemente. Por isso ele sabia e sabe tanto sobre os animais. Quando surgia qualquer dúvida referente, eu já sabia a quem recorrer.
Danilo nunca gostou de enredos dramáticos ou melosos. Na fase adolescente e adulta, preferiu as produções sobrenaturais de suspense ou terror, como: “Anjos Rebeldes; “A Hora do Pesadelo” (com o inesquecível e apavorante  Freddy Krueger); “O Exorcista”; e outros  filmes com lobisomens, vampiros, zumbis... Desenhos? “Os Simpsons”

A minha princesa, embora possua o sangue azul, NUNCA gostou das princesas frágeis e passivas como: a Bela Adormecida,  Cinderela, Rapunzel, Branca de Neve e outras. Sempre torcia para a bruxa, que segundo ela, tinha mais personalidade e atitude. Desde pequena, Patrícia já demonstrava  seu juízo de valor sobre as pessoas, mesmo as fictícias. O amor pelos animais e gostar de saber sobre eles também era tributo da pequena. Assistia e curtia com o irmão as reportagens. 

Preferi consultá-la sobre os desenhos e filmes que mais marcaram sua infância e adolescência e eis a resposta: “Muppets Baby”; “o Fantástico Mundo de Boby”; “Doug”; “Nossa Turma”; “Pedra dos Sonhos”;  “Timão e Pumba”; “As Aventuras de Tintim”; “Ursinhos Gummy”; “101 Dálmatas”; “Ducktails”; “Ursinhos Carinhosos”; “Punk, a Levada da Breca”; “Cavalo de Fogo”; “Dênis, o Pimentinha”; “Manda Chuva”; “Castelo Ra Tim Bum”; “Contos de Fada (a série)”; “A Turma do Pateta”; “programa “Glub Glub”; programa “Mundo de Beckman”; série “Anos Incríveis”; série “Mundo da Lua”; programa “X Tudo”; desenho “Os Anjinhos”; desenho “De Volta ao Vale Encantado”; “Os Animais do Bosque dos Vinténs”; “Arrume Tudo e Pare com isso”; Chiquititas”; “Tv Cruj”...

Além desses mencionados, lembro-me que eles assistiam ao ‘Sítio do Pica-pau Amarelo, “Carrossel” e adoravam “Chaves”. Nunca se interessaram por “Xuxa” nem Angélica, muito menos Mara Maravilha (que de maravilha não tinha NADA). Na verdade, NENHUMA dessas apresentadoras infantis famosas conquistou meus filhos. Segundo eles, o que salvava o programa eram alguns desenhos. (Eu concordo em gênero, número e grau que elas são dispensáveis...)

O Gabriel, meu filho com mel, “ops”, meu neto, possui um rol de desenhos e filmes preferidos;  aliás em casa há um arsenal de filmes dele que fui comprando aos poucos e ocupam as prateleiras da estante da sala, além daqueles que ele assiste pelos canais assinados.

Gabriel  adora  desenhos cujos protagonistas são gatos, em especial: Gato Felix”(não é da época dele, mas quando lhe foi apresentado, apaixonou-se); “Garfield”; “Manda-Chuva”; “Tom e Jerry”; “Mingau” da Turma da Mônica; “O Gato de Botas”. Outros desenhos igualmente o encantam desde pequeno: “Pocoyo”; “Doki”; ”Backyardigans”, “Os Heróis da Cidade”;  Picapau”; “Naruto”;Charlie e Lola“; Tromba Trem” Scooby doo”;  Sítio do Pica-pau Amarelo”; Ben 10 “ “Pokémon”; “Hora de Aventura; “Os Simpsons”... Houve a fase dos dinossauros: Em Busca Do Vale Encantado”; “King Kong”; “Jurassic Park”; “Dinossauro”, etc. Semelhante ao pai, ama assistir reportagens sobre os animais,  meio ambiente e mitologia grega. A Medalha de ouro, porém,  vai para  todos os episódios do “Chaves”, sua paixão até hoje.

Não posso deixar de mencionar que o mais novo membro da família, outro herdeiro do Danilo,  o netíssimo JOHNNY,  desde os primeiros meses provou que  a televisão também é sua aliada e companheira nos momentos em que precisa se distrair e ficar mais tranquilo. Por enquanto, as músicas e as imagens na telinha que prendem  sua atenção são: os episódios da “Galinha Pintadinha” e do “Patati Patatá”. Pelos vistos, seguirá os passos do avô, do pai e do irmão...
Por tabela, eu acabo aderindo a algumas dessas preferências pelo simples prazer da companhia dos meus filhos, netos e marido, afinal, assistir é preciso, a aprendizagem é contínua, ficar perto deles é imensurável...

 Zizi, 03/09/2016

 


 

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