sábado, 21 de janeiro de 2012

A primeira viagem dele(a)

  Viagem nas rimas ou nas ideias?

 Sem dúvida a primeira viagem dele e dela ocorreu quando foram despejados do casulo onde, enclausurados, estiveram alojados por nove meses. Do mundo interno para o externo parece, a princípio,  um caminho tão curto; entretanto tal trajeto  obedece a um processo  “leennto” e até (digamos) doloroso.

Não pretendo com essa revelação conotativa subtrair  a sensação de aventura sempre presente neste tão precioso substantivo; apenas quero ressaltar que certas  experiências  representam verdadeiras viagens, levando em conta os desafios enfrentados.

Passando da imaginação à razão, deparo-me com um arquivo desorganizado de memórias o qual preciso vasculhar para encontrar o fio cronológico dos fatos; todavia os anos vão devorando  algumas lembranças ao mesmo tempo em que consomem certas datas.

Não desisto. Abro álbuns de fotos. Pergunto  ao fulano, ao sicrano, até ao beltrano e concluo que terei que me virar sozinha mesmo. Concentro-me novamente. Aperto aqui, acolá;  busco uma introdução adequada dentro de uma estrutura pré-definida.


De repente uma idéia escorrega-se e, na tela do computador, vai costurando o tema camuflado em rimas...

Não é fácil a abordagem
Sobre a primeira viagem,
Mas, não perdi a coragem
de fazer essa homenagem
caprichando na linguagem
sem dizer muita bobagem
pra não parecer parolagem.

Se eu tivesse uma filmagem
Com o registro da imagem
Pra rever toda a paisagem
do mar, do rio, da folhagem,
de algum bicho selvagem
ou  um  outro personagem
que, estando de passagem,
foi parar numa estalagem.

Ahh!! eu iria tirar vantagem
E num processo de colagem
Escreveria minha mensagem
Com toques de malandragem.
Falta-me, então, essa bagagem
Que invalida minha passagem
Mas,.. valeu pela aprendizagem!
...

Parecia finalizado um texto que eu mal o iniciara. O que mais me intrigava era a ausência de informações e eu precisava corrigir aquela falha. O que mais importava: as datas ou os fatos? 

Para onde fomos, afinal?

__Para uma fazenda no interior paulista! Ter contato mais direto com o verde, com a terra, com os animais, tirar leite de vaca, de cabra, pescar, correr, andar a cavalo, conhecer fogão à lenha , saborear os pratos típicos e, sobretudo, conhecer os parentes que moravam longe. As crianças se divertiram o quanto puderam todas as vezes que fomos lá.  O passeio à praia chegou em um outro dia, trazendo outras novidades para serem exploradas e apreciadas. Houve uso e abuso porque o sol não estava para brincadeiras e nem as pedras (uuiii!)


                                                                                 Zizi, 21/01/2012

sábado, 7 de janeiro de 2012

Tema: Bichinho de estimaçaõ



Bichinho = estima + ação  

Há dúvidas que martelam: ter ou não ter um bichinho de estimação?
Quem nunca vivenciou essa experiência não irá compreender, nem tampouco abrigar os argumentos “prós” utilizados por aqueles que incluíram em sua rotinha um animalzinho, seja ele qual for. 

Se houvesse uma balança para pesar e comparar os pontos positivos e os negativos  referentes a esses pequenos seres, muita gente ficaria surpresa , alteraria o olhar indiferente  e, quem sabe,  procuraria compensar o tempo perdido apostando no SIM (por que, não?)

Essas criaturinhas maravilhosas, conhecidas vulgarmente como “irracionais” vão além das suas naturais e instintivas funções fisiológicas, metabólicas, bio-moleculares e genéticas; elas possuem uma força e um poder imensos que mal cabem dentro daquele corpinho, seja ele peludo, pelado, com escamas, com penas.. 

Em sua humilde sabedoria, os animais conseguem nos transmitir alguns elementos essenciais para o bom desenvolvimento do ser humano, como: amizade; cumplicidade; amor; carinho; companhia; distração; alegria; brincadeiras; sensibilidade; responsabilidade; disciplina; valores; respeito; zelo; maturidade; estímulo à prática de exercícios físicos, e, sobretudo, a  compreensão do ciclo natural da vida: nascer, crescer, reproduzir, envelhecer e morrer. (...)

Gatos(as): Romão, Rosinha, Misinha, Julie,  Nosferatus, Juninho, Danilinho, Natacha, Tom, João, Rani, Ximbica...
Cachorros(as): Tininha, Vlade, Ianca, Pandora, Átila, Síson, Milu...

Esses são alguns dos companheiros, disfarçados de animais, que desfilaram pela passarela do meu lar, acompanharam e assistiram ao crescimento dos meus filhos(Danilo e Patrícia) e neto (Gabriel). Muitos desses bichinhos  já concluíram sua missão por aqui. Alguns, bem resistentes, quase atingiram duas décadas conosco; outros, muito frágeis ou indefesos, imitaram uma chuva de verão na rapidez da chegada e da partida. Há, felizmente, ainda aqueles que continuam no cenário, não como figurantes, mas como personagens que dão mais sentido e cor ao nosso enredo humano e racional.

Entretanto, a morte, infalível como ela só,  carrega uma imensidão de disfarces e se prevalece de cada máscara para recolher, um a um os seus, sob o pretexto de: acidentes naturais ou provocados, velhice, enfermidades e até envenenamento. Neste último, em especial, pode contar com a cruel colaboração de pessoas desprovidas do sentimento de respeito pela vida, aquelas que convivem e dividem suas horas com outros que se autotitulam ”racionais”.  Será que não  imaginam que a principal diferença entre o “racional” e o “irracional”  está na tolerância e no permitir a continuação da existência própria e da alheia?

                                                       Zizi, 07/01/2012