quinta-feira, 28 de julho de 2016

Filhos bem alimentados, mães felizes!

Tema: Ele(a) não come de jeito nenhum!

Os olhos brilham sincronizados com um largo sorriso, um suspiro aliviado expressa a satisfação do dever cumprido e um ar de felicidade toma conta daquele rosto de mãe cujo  filho comeu toda a refeição  que lhe foi oferecida.

Essa preocupação com a ingestão de alimentos saudáveis, entretanto, tem início bem antes dele vir ao mundo.  Durante a gravidez, geralmente a mãe busca enriquecer sua dieta incluindo mais frutas, legumes, verduras para que o bebê seja favorecido.

Depois do nascimento, o período da amamentação ocorre sem maiores preocupações  porque o leite materno é completo e possui uma temperatura ideal. O choro da criança é o indicador da  fome e assim  a mãe fica à disposição da prole.

Passado essa fase mais tranquila, dá-se início ao segundo momento cujo  desafio maior  é transformar  a teoria aprendida nos livros, revistas, vídeos, etc. em práticas cotidianas, pois há uma grande risco de nos depararmos com um serzinho cheio de vontades opostas às nossas. A partir daí, tem início um drama que dura e perdura por tempo indeterminado.

Quando pequenos, somos nós que damos as cartas, mesmo assim eles não querem entrar no nosso jogo; quando crescem e se tornam adultos, passam de objetos à sujeitos e nós, mães, meros termos acessórios. Não desistimos deles mesmo assim. Nosso olhar atento observa, opina, discute.

Assim surgem os relatos saborosos,  cujos detalhes o tempo não apaga...

Quando nasceram, meus pequenos não tinham um peso digno de despreocupação,  pudera!  Um pesou 2,500 kg (Danilo)  e a outra 2,300kg (Patrícia), ambos com 46 cm de comprimento. Os quilinhos a mais que ganhei nas duas gestações  eram somente meus. Perguntaram-me, na  ocasião, se eu era fumante ou se eles nasceram prematuros devido à fragilidade que apresentavam. Duas hipóteses negativas e absurdas que desencadearam em mim uma inquietação muito maior com relação aos alimentos que deveria oferecer a eles para suprir uma (possível) desnutrição.

Danilo sempre foi enjoadinho para comer. Foi amamentado até os seis meses, mas sempre aquele drama: mamava pouco e não tinha horário certo. Como reforço, depois de alguns meses, apelei para a mamadeira, porém o sucesso não veio junto. Ele só tomava a metade e eu tinha que jogar fora o restante do leite todos os dias. Resolvi, então, colocar meia mamadeira, evitando assim o desperdício. Ele observava a quantidade de leite e vendo que estava pela metade, a recusava, talvez acreditando que já havia tomado a outra parte. Que ossinho duro de roer!!! A sopinha de legumes também não era de seu agrado. Lá em casa havia pratinhos térmicos com peixinhos que  se mexiam, colher de aviãozinho...só estratégias para convencê-lo a comer um pouquinho que fosse.Todavia,  só faziam efeito nos primeiros dias. Frutas: só raramente; sucos: um ou dois goles forçados. Enfim, tudo que era natural e saudável ele não dava a mínima. Mas havia algo que gostou quando conheceu e até hoje lidera suas preferências gastronômicas: churrasco!  Quer fazê-lo feliz? Dê-lhe carne, muita carne!! Continua não sendo fã das verduras; quanto aos legumes, apenas o brócolis ninja é aceito como acompanhante em uma refeição.  O  papel de mãe insistente e de oferecer cardápio variado eu fiz durante a infância e  adolescência  do Danilo e, ainda na  fase adulta,  de vez em quando eu pratico para não perder o hábito(rss)

A pequena chegou bem miúda e, para meu desespero, seu apetite era proporcional ao seu peso e tamanho. Eu já tinha experiência com o Danilo e me empenhei no sentido de inverter aquele quadro. Levei-a ao pediatra  em busca de melhores orientações para que ela ganhasse mais peso. Ele recusou-se a passar alguma vitamina porque afirmava ser desnecessário e ainda disse que não havia motivos para preocupações, pois a criança era saudável.  Apenas sugeriu um cereal infantil (Mucilon) no leite depois que ela completasse cinco meses. Apresentei a ela também o cardápio das sopinhas, dos sucos, frutas, da mesma forma que fiz com o Danilo. Essa apreensão atiçou minha criatividade culinária porque eu estava determinada a fazer a Patrícia ganhar uns quilinhos. Não posso afirmar que obtive a vitória de início, pois ela passou a infância e adolescência com aquele corpinho de Barbie. Por outro lado, anos depois,  tornou-se fã das verduras cruas ou  cozidas, dos alimentos naturais, das comidas caseiras leves ou pesadas, das carnes cozidas ou assadas, sopas, sucos naturais, leite, massas, doces ou salgados Enfim, ela se aliou a esses  alimentos por conta própria quando reconheceu  o sabor e a importância deles na sua alimentação. E isso foi essencial, pois mora sozinha e adora inventar pratos.

Meu maior prazer é vê-los em minha casa,  assentados conosco à mesa para um almoço ou jantar. Não economizo nos mimos, como: pratos favoritos, bolos ou doces, além de beijinhos e abraços, lógico!  Entretanto, fico atenta aos exageros porque sei que existem consequências danosas oriundas de uma alimentação inadequada, afinal “Somos aquilo que comemos”, não é o que dizem?

    Zizi, 28/07/2016

Amigos: presentes do coração

Tema: OS melhores amigos(as) dele(a)

Os primeiros grandes amigos das crianças são, sem dúvida alguma, os pais,  visto que representam aqueles com quem sempre poderão contar em qualquer lugar ou momento. Além disso, é um gostar despretensioso e incondicional que, dificilmente, outra pessoa conseguirá suplantar.

Essa base é de extrema importância para a formação do ser humano. Mesmo assim, o mundo não se resume somente em vínculos entre pais e filhos. Outros  espaços serão ocupados por determinadas pessoas de uma forma tão especial que fará a diferença na vida dos envolvidos. Precisamos de mais contatos, para o amadurecimento por meio da interação e da troca de experiências nas fases da nossa vida (infância, adolescência, adulta...), porque o ser humano é fruto do social; o individual cheira a solidão, que lembra isolamento,  que leva a perder-se em si mesmo como num abismo silencioso. Isso não é nada bom!

Meus filhos, graças a Deus,  tiveram uma infância rodeada dos primeiros amigos: os primos. Eram, praticamente, todos da mesma época. A diferença etária entre eles era pouca. Agrupavam-se por afinidades e brincavam muito.  Entre 1981 e 1988 nasceram quase todos eles.

Até o nascimento do Danilo, parecia um clube da Luluzinha formado por: Taís, Mônica, Denise e Kátia. Veio, então o meu terrível Danilo fazer a diferença e agitar a galera. Em seguida, mais uma lady: a Elaine, a quem o Danilo adorava perturbar; logo chegou outro um garoto: o Bruno, para (talvez) ser cúmplice do Danilo  nas brincadeiras ou peraltices; minha princesa Patrícia não demorou para desembarcar e se juntar àquela galerinha cognata; os meninos reagiram multiplicando-se em: Franklin e em seguida,  Lucas.  Muitos anos depois, mais um menino: o Ramires, que não participou plenamente  das brincadeiras por ser o  caçula.. Essas crianças cresceram juntas e criaram um vínculo fraterno. Eu tinha o maior prazer em passear com os meus e levar quases todos os sobrinhos juntos. Como eram parecidos, as pessoas pensavam que fossem todos meus filhos. Hoje, olho para esses lindos e lindas e me custa acreditar que o tempo, magicamente, piscou o olho e os tornou adultos. 

A fase escolar proporciona diversos vínculos de amizade para a maioria das crianças. Danilo, embora tivesse vários colegas, não demonstrava tanto interesse em andar em bandos.  Quando atingiu a adolescência, estreitou seus laços a alguns deles e juntos formaram uma banda de rock que durou um determinado tempo.  Desse grupo faziam parte: Leonardo, Rafael, Caio e Bruno (o primo). Pareciam irmãos, tamanha a afinidade. : iam juntos a shows, cinemas, curtiam jogos e músicas. Até que outras prioridades ligadas à vida adulta,  parcialmente os afastaram. Porém, antes disso, Danilo quis homenagear o Leonardo convidando-o para padrinho do Gabriel e, dessa forma, a amizade e o contato deles se mantiveram.

Patrícia, a mais nova das meninas, era tratada como uma bonequinha pelas primas. Embora pequena e aparentemente frágil, nunca se submeteu aos meninos. Eles que não entrassem na linha! Uma autêntica baixinha brava! Na escola conquistou várias amigas entre elas: Verônica, Rose,  Daniele. Faziam todos os trabalhos escolares juntas em casa, brincavam, dançavam, cantavam, inventavam coisas... Um iminente dia, cresceram e se envolveram com os planos futuros. Patrícia foi estudar longe durante cinco anos e o contato se reduziu. Verônica se casou;  Daniele também. Esta quando teve o primeiro filho “Alyson”, escolheu a amiga Patrícia para madrinha, reativando e fortalecendo um elo de anos.

Interessante como o destino constrói os caminhos: traçando-os de acordo com a natureza dos fatos e as possibilidades de ligação entre eles. Por exemplo:  o filho da Daniele: o Alyson, é o melhor amigo do Gabriel, meu neto, e , além de se darem super bem, são parecidos não só na fisionomia como nos gostos e nas atitudes.

Os gêmeos Guilherme e Gustavo são igualmente muito presentes na vida do Gabriel desde bebês. Todos os aniversários, o primeiro pedaço de bolo, o Gabriel oferecia aos gêmeos. Essa amizade terá vida longa, pelos vistos.

Outrossim, não posso esquecer de mencionar as ilustres amigas-irmãs da Patrícia: Eleonora (Carinhosamente chamada de Lola); a Josiana (Josy)e Jamila, dentre outras. Essas garotas se conheceram na época da faculdade, moraram juntas em repúblicas e dessa época veio esse laço afetivo que até hoje permanece.

Em suma, as amigas são tantas, porém há um amigo em especial: Lucas, o primo. Eles, desde pequenos, são muito próximos e unidos,  confiam-se mutuamente, adoram se encontrar,  trocar presentes e (às vezes)  segredos, o respeito e carinho que um tem pelo outro é, no mínimo,  sublime.
O ensinamento dos pais não vem só pelas palavras, mas se concretiza no bom exemplo. Danilo e Patrícia, souberam, cada um a sua maneira,  cativar pessoas, formar elos significativos, respeitar e aceitar as peculiaridades que singularizam cada ser, guardando-o no coração à  sete chaves.


Zizi; 22/07/2016

domingo, 17 de julho de 2016

Ser madrinha é uma honra!

Tema: os padrinhos dele(a)

Ser convidado(a) para batizar alguém é, antes de tudo,  uma demonstração de carinho e confiança em nós e, ao mesmo tempo, representa uma homenagem carregada de um compromisso que acompanhará a função de madrinha/padrinho nos próximos dias e anos. É, portanto, uma decisão simples e complexa se considerarmos os vários ângulos de um mesmo olhar.

Se recebeu o convite, provavelmente já existe aí uma amizade com vínculo afetivo que, certamente, não encontrará obstáculos em permanecer-se. Por outro lado, a palavra “compromisso” tem uma relação próxima com alguns termos menos simpáticos como: obrigação/dívida/pacto/ peso/responsabilidade...que, de certa forma, assustam.

De acordo com a etimologia, a palavra madrinha (”de matrem, caso acusativo do latim mater, pronunciado madre no português dos primeiros séculos, de onde veio comadre, pela formação cum matre, com a mãe; depois commatre, segunda mãe, madrinha”), realça a importância de se ter mais alguém presente e preocupado com a educação da criança, além dos pais. É, portanto, algo significativo para aquele ser em evidência que precisará de todo apoio possível para lidar, futuramente, com um  mundo de improbabilidades,  sem perder a firmeza necessária.

O grau de agradecimento pelo convite e a dúvida se está realmente preparado para tal decisão são duas vertentes que,  a princípio, se mesclam e, em seguida,  se definem de acordo com a disponibilidade e agrado que o convite lhe causou. Se haverá possíveis encantos ou desencantos, dúvidas que somente o tempo responderá. Geralmente consultamos o passado para resolver o presente, mas nem sempre é uma regra válida, serve apenas como referência.

Causa estranheza saber que alguém que fora convidado para ser padrinho, desistiu por não concordar com a escolha da madrinha. E foi o que ocorreu comigo. Meu tio materno José, (carinhosamente chamado de Dedé) era o escolhido, mas não suportava a moça indicada para madrinha: Cosma (nome diferente, em homenagem a Cosme e Damião, figuras importantes na religião católica e em afro-brasileiras) Por isso cancelou sua participação no evento do meu batismo e meus pais tiveram que, às pressas, arranjar um substituto.  O indicado, então, foi um primo: Vicente, conhecido como “Teta” (obs. Pronúncia aberta e não fechada do “e” rss)

Fui batizada por: Teta e Cosma. Mas durante a minha vida a presença deles foi rara, salvo que ele foi também meu padrinho de casamento em 1982. Há mais de 45 anos perdi o contato com  minha madrinha e nem sei onde mora. Meu padrinho, eu o via esporadicamente na casa da minha mãe. Visitei-o algumas vezes há pouco tempo. Hoje, fazendo uma análise desse elo, eu afirmo que não houve uma interação plena e satisfatória de ambos os lados. Eu o considero mais como da família do que al guém intitulado “padrinho”.

Essa preocupação levou-me a refletir bastante na escolha dos padrinhos dos meus filhos. Todavia, eu nem tive tempo de decidir sobre o primeiro filho. Quando demos a notícia de que eu estava grávida do Danilo, um amigo do Marcos, o Manuel (chamado de Mané) se auto-convidou para padrinho com tanto carinho e boa disposição que foi impossível recusar. Afinal, ele era muito companheiro do meu marido e gostava da família. Durante a infância e adolescência do Danilo, Mané e Cidinha sempre visitavam o afilhado, conversavam, brincavam e traziam presentes. Depois que meu filho ficou adulto, esse contato se reduziu por diversos motivos: houve problemas de saúde da madrinha, lamentável tragédia na família dos padrinhos e, infelizmente, o falecimento da madrinha. As coisas tomaram outro rumo, mas a amizade com o padrinho se manteve;  de vez em quando nos esbarramos na rua, na feira e em visitas raras. 

Na segunda gravidez, os escolhidos foram Vera, a minha irmã caçula e Adélio,  o esposo dela, para padrinhos da Patrícia. Foi uma troca justa, já que eu e o meu marido somos padrinhos do filho deles: o Bruno. Essas crianças cresceram juntas. Nossa família se via toda semana. Eles sempre presentes participando de cada detalhe da vida da minha filha e eu fazendo o mesmo. Esse contato frequente foi extremamente significativo. Existe um carinho e respeito muito grande que perdura. Embora as obrigações do mundo adulto ocupem muito as pessoas reduzindo o seu tempo disponível, há os momentos de se ver, trocar presentes, contar piadas, compartilhar novidades, ensinar, aprender, etc...  Não há preço para isso.

As páginas do tempo foram passando e...meu filho foi pai bem jovem: aos 20 anos. Gabriel nasceu em fevereiro de 2004 e, novamente, a preocupação referente aos padrinhos brotou logo. Entretanto, eu era avó e não cabia decidir sobre o assunto (Sugerir sim, para não perder o hábito rss). Depois de estudar as possibilidades e indicações, meu filho e a mãe do Gabriel optaram pela escolha de amigos que não formavam um casal: Leonardo e Lílian. Ele: amigo de infância e adolescência do Danilo; ela: minha amiga, colega de trabalho que frequentava a minha casa e até hoje tem amizade com todos nós.

Leonardo aceitou de coração, mas um episódio fez com que a Lílian desistisse do encargo, abrindo, assim uma lacuna que deveria ser preenchida antes do batismo da criança. (acho que já vi uma cena bem parecida com essa há uns anos...).

Precisaria ser alguém que aceitasse, sem hesitação ser madrinha do Gabriel. E foi assim que entrei nessa história. Além de avó, sou a “madrinha chicletinho”, ou seja, muito presente,  que dá presentes, beijinhos, abraços, afagos, orientações, broncas, punições e tudo o que estiver ao meu alcance e for necessário para o bem dele. Se madrinha representa a segunda mãe (de acordo com a própria etimologia da palavra), então, cumpro o meu papel com muito prazer e orgulho. Obrigada, meu Deus, por essa graça!

Leonardo, padrinho do Gabriel, é uma pessoa muito ocupada com o trabalho, os estudos, a música, a família, os amigos, as viagens, etc., porém sempre arruma um tempinho para visitar o afilhado, sentar ao chão com ele e compartilhar jogos, brinquedos,  conversas, risos, informações. Eles têm muita afinidade, tornaram-se grandes amigos e aproveitam bem o tempo quando estão juntos para matar as saudades e se divertirem. Não se veem com a frequência desejada, mas a  qualidade e o carinho de quando se encontram, é visível e  compensa.

Uma tela é insuficiente para as pinceladas que representam enredos resgatados nas memórias mais antigas e nas recentes. Despejei parte delas neste painel de reminiscências e reservei o restante para (quem sabe!) uma eventual postagem na qual eu discorra especificamente sobre: Bruno, Cristiano, Paulinho, Gabriele, Lucas, meus outros queridos afilhados. Que Deus os abençoe!


Zizi, 17/07/2016

Ela é a síntese das sensações


Voz aveludada e colorida, toque meigo e balsâmico, olhar doce e brilhante... Sons, cheiros, sabores e cores se mesclam dando origem a um ser de alma perfumada que representa a síntese das sensações, uma espécie de sinestesia personificada.

Minha mãe vive em minhas lembranças e revive nas impressões sensoriais que falam em forma de saudades. Quando ela partiu,  foi muito difícil se desfazer dos seus pertences porque cada um deles traduzia, de certa forma, parte de sua personalidade.

Ela não tinha, por exemplo,  uma preferência por um determinado perfume. Sua penteadeira era preenchida por fragrâncias diversas e uma infinidade de cremes  que  utilizava diariamente, pois  era vaidosa e gostava de estar sempre cheirosa e bonita. O aroma perfumado da minha mãe difundiu em cada cômodo e no interior daqueles móveis,  cujas gavetas, tão cheias e bem organizadas, exalavam o cheiro de uma vida.

A cozinha,  aquele santuário de  sabores e de aromas, guardou para sempre o segredo do tempero dela que eu associo ao enorme prazer em preparar quaisquer refeições: do simples cafezinho às ocasiões festivas com mesas fartas e variadas. Além do paladar singular com gosto de “quero mais” , um cheiro irresistível daquela comida invadia a rua e contagiava  vizinhos e transeuntes.

Tantos outros cheiros participaram dos seus 75  anos de existência:

O cheiro da alegria nos sorrisos e nas risadas desmedidas com histórias hilárias ou em brincadeiras carinhosas com a família e amigos.  O cheiro suave e doce do carinho materno nos momentos de colo, ombro ou cafuné sempre disponíveis, mesmo em meio a dez netos... O cheiro duradouro e exemplar da parceria matrimonial que durou cinco décadas  e, com efeito,   perpetuou-se nos descendentes. O cheiro persistente que não sucumbiu às dificuldades da vida porque seu otimismo falou mais alto e pode, assim,  presenciar várias vitórias. O cheiro convicto da fé em Deus que fertilizou os brotos e edificou suas sementes, garantindo a propagação dos bons ensinamentos...

Entretanto, a frágil saúde, vinculada ao irredutível relógio do tempo, possui limitações e não hesitou em alterar  o alegre cheiro da vida pelo triste odor da partida. Então, ela foi para outro plano, provavelmente descobrir novas fragrâncias...


Zizi, 08/07/2016

sábado, 2 de julho de 2016

A melhor canção: filhos e netos


Paródia da música: "Velha Infância"(Tribalistas)

Vocês são para mim
O princípio sem-fim
Que habitam meus momentos

E os preenchem de cores
Um arco-íris de amores
Que, com carinho, acalento.

Meus eternos bebês
Vidas que elevam o meu ser
Sorrisos lindos que iluminam
De uma forma toda especial.

Eu me encanto
Em cada canto
Com as memórias que o tempo traz

E os revivo
Nestas histórias
Cujos enredos são bem reais.

Sou muito grata a Deus
Por tudo que Ele concedeu
Bênçãos, Filhos e netos
Tornam os dias  completos.

Vocês são para mim
Flores de um lindo jardim
Que rego com alegria

Sementes que germinaram
Plantinhas que povoaram
Os versos desta poesia...

Zizi, 02/07/2016