sábado, 8 de junho de 2013

A intertextualidade nos gêneros textuais

O presente texto expõe, de forma concisa, um projeto destinado, sobretudo, a alunos do 3º ano do Ensino Médio que, em seu desenvolvimento, retoma conhecimentos adquiridos no decorrer dos anos escolares e evidencia os gêneros textuais a partir das sugestões de atividades orais e escritas,  tendo como base um pequeno conto de Monteiro Lobato.
Considerando as afirmações de Roxane Rojo (2004) que  “A  escolarização,  no caso da  sociedade  brasileira,  não  leva à formação de leitores  e  produtores  de  textos  proficientes  e  eficazes” e isso acontece porque as “práticas didáticas de leitura no letramento” não desenvolvem todas as habilidades e competências necessárias para uma autonomia de cidadão, uma vez que se preocupam mais com análises (linguísticas e gramaticais) e interpretação dos textos.  Tais declarações levam à reflexão e a um repensar nos métodos pedagógicos relacionados à aprendizagem dos alunos; afinal, ter cumprido as etapas de ensino (Fundamental e Médio), não garantem um verdadeiro letramento, pois  segundo Rojo (2004):
“... ser letrado e ler na vida e na cidadania é muito mais que isso: é escapar da literalidade  dos  textos  e  interpretá-los,  colocando-os  em  relação  com  outros  textos  e discursos, de maneira situada na realidade social; é discutir com os textos, replicando e avaliando posições e  ideologias que constituem seus sentidos; é, enfim, trazer o texto para a vida e colocá-lo em relação com ela. Mais que isso, as práticas de leitura na vida são   muito    variadas    e  dependentes      de   contexto,    cada    um    deles   exigindo    certas capacidades leitoras e não outras.”

Isso leva a crer que a leitura de um texto torna-se mais interessante quando permite uma intervenção ou recriação do leitor; não é objetivo de um texto ter um fim em si mesmo. “...os enunciados de uma esfera discursiva repercutem-se, podendo dialogar, inclusive, com  os   de   outras   esferas” afirmou Álvaro Caretta (2008). Tal afirmação respalda uma ideia de como explorar a intertextualidade nos gêneros a partir de um pequeno conto.
É sabido que somente ler, analisar e interpretar um texto já não atrai muito a atenção dos alunos que gostam de novidades. Uma boa forma de prepará-los para a vida é  justamente criar situações desafiadoras que envolvam contextos diferenciados ligados às mais diversas esferas de atuação sociocomunicativa como: cotidiana, escolar, literária, Jornalística, publicitária, artística e tecnológica;  ao invés de se limitar à apenas um desses domínios.
O ponto de partida, então,  é a apresentação do conto de Monteiro Lobato denominado: “Pé no Chão”. Após a leitura e comentários pertinentes sobre interpretação, linguagem e vocabulário, as trinta e três propostas de atividades(descritas detalhadamente na tabela), que contemplam diversos gêneros textuais , algumas individuais e outras em duplas,  são distribuídas aos alunos e, estas,  depois de prontas deverão ser expostas para toda a turma.
Dessa forma, o trabalho com gêneros textuais permite uma simulação da realidade através da proposta de intertextualidade contidas nas atividades sugeridas e, além disso,  são as  ferramentas de ensino que reduzem  a distância entre teoria e prática, indispensáveis  portanto,  no processo de aprendizagem escolar.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRAGA, D. & BUZATTO, M: Textos em Contexto: Jornalismo, Publicidade, Trabalho, Literatura e Artes/Mídias – tópico 2 - Revisitando os conceitos de esfera de comunicação e de gêneros textuais/discursivos - Campinas, SP: UNICAMP/REDEFOR, 2012. P. 01/09. Material digital para AVA do Curso de Especialização em Língua Portuguesa REDEFOR/UNICAMP.                            Acesso em 25/07/12.


ROJO,  R.  H.  R.(2004) Letramento e capacidades de leitura para a cidadania. Disponível em:
Acesso em 25/07/2012


CARETTA, A .A (2008) As formas da canção nas diversas esferas discursivas. Disponível em:
Acesso em 25/07/2012

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