sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Tema: A foto mais recente dele(a)



“Cada mergulho é um flash”

É o que eles dizem quando fogem de mim ao me verem munida de uma câmera fotográfica, porque eu não dou sossego mesmo! Até o pequeno Gabriel já andou sem paciência porque a corujona aqui enxerga beleza em tudo o que os filhotes fazem e não quer perder nada. Teimosamente, por trás de uma máquina, ali estou eu  no registro até de cenas banais em que eles nem  supõem que estão sendo observados.

Na verdade, o que esses rebentos não compreendem é o  meu fascínio por essas lentes que, além de captar  imagens  de momentos únicos, permite-me vivenciá-los todas as vezes desejadas. É dessa forma que traço minhas “viagens” sem sair do lugar: cada pasta ou álbum é um porto e/ou aeroporto que me permite embarcar nessa turnê de lembranças e experiências únicas. 

Graças à tecnologia, hoje podemos contar com máquinas digitais que facilitam e muito tais aventuras. Mesmo assim, não tirarei o mérito das máquinas analógicas, minhas companheiras e parceiras que coloriram com seus “cliques” tantos álbuns dos meus ex-pequeninos. 

E se eu dependesse apenas da memória para lembrar-me de quando eram bebês ou  adolescentes? Logicamente não iria dar tanto vexame, visto que boa parte dos acontecimentos ainda desfila diante dos meus olhos internos, mexe com minhas emoções e não  permite  que eu esqueça que a vida  é magia .

Há, entretanto, fendas não registradas por essas obedientes e antenadas lentes: o silêncio, o vazio,  a procura, o cheiro, a saudade e outros implementos dolorosos gerados pela saída de cada um deles. Um desses “vôos” permaneceu cinco anos fora do ninho; agora, para minha alegria, retornou e trouxe na sua bagagem um conhecimento fruto de seus esforços e um caldeirão de planos futuros; o outro fez o contrário: permaneceu no aconchego materno enquanto se nutria de estudos e trabalho e, um belo dia, decidiu que estava preparado para cuidar do próprio ninho e foi.  

A receita para lidar com a ordem natural dos fatos é tentar manter em equilíbrio a razão e a emoção, pois nossos filhos são um bem que geramos e criamos para o mundo, não sendo, portanto, propriedade nossa.

 Enquanto acompanhamos o desenvolver desse itinerário, não custa nada uma pose aqui, um “clic” aqui, outro acolá... e assim vamos tecendo, com lindas figurinhas, a nossa história cheia de sorrisos, abraços, olhares expressivos, surpresas, sustos, furos, expressões faciais diversas, biquinhos, beijocas e até chifrinhos (com os dedos), pois há sempre um pestinha por perto... 

                                                                                             Zizi, 18/02/2012

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