domingo, 10 de julho de 2011

Tema: A descoberta do sexo do bebê

BRINCO  OU  NÃO-BRINCO?

Eis-me aqui  tentando transportar-me há alguns anos,  num improvisado  túnel do tempo e, dessa forma,  resgatar pontos marcantes da minha trajetória  de  MÃE : produto final de criança, menina,  moça e mulher.
Estamos em 1984, acabou o faz-de-conta, agora o enredo é real. Há um novo ser formando-se e  desenvolvendo-se  dentro de mim. Meu corpo é seu corpo, sua morada, seu habitat por tempo determinado.
Conceber uma vida, é antes de tudo, uma permissão divina. Um embrulho precioso nos é confiado. Nossa função: carregá-lo, protegê-lo, orientá-lo, formá-lo  para que depois,  possa caminhar por si mesmo e bemmm.
Do lado de fora,  ansiedade, curiosidade, expectativa transbordam nos corações a mil por hora. Todos, inclusive EU, queremos saber como está  e quem é:  ele ou ela?  Simpatias tentam decifrar este enigma:  são corações de frango na panela,  olhar as unhas, colher e garfo embaixo do travesseiro, formato da barriga, dentre outros.  Entretanto a dúvida continua...
Apostamos, então,  na intuição (materna e paterna) e o resultado é dúbio: o Marcos, pai fresco, todo pomposo afirma que “É homem” e ainda acrescenta que “Sei  muito bem o que eu fiz” ;  eu  discordo: “É mulher” e já vou fazendo planos : ”Logo que nascer, vou colocar brincos na princesa ”
Veja só  a minha pretensão: eu já tinha 22 anos e nunca havia furado as orelhas e, no entanto, minha menina  não teria a chance de decidir , eu já havia feito isso por ela antes mesmo da sua chegada!  Eu via as crianças das outras mães  todas enfeitadinhas e com brinco,  e ficava sonhando quando chegaria a minha vez.
Enquanto isso, silencioso e incansavelmente o relógio trabalhava tic-tac, tic-tac, tic-tac e  a contagem regressiva começava...
Chegou, enfim, o tão esperado dia e a resposta a todas as dúvidas seriam plenamente sanadas.   Tudo pronto para comemorar a chegada  de  mais uma integrante ao clube da Luluzinha.  SIM, pois eu só tenho irmãs (3), até aquele momento só haviam nascido sobrinhas (4)  E então? Comprar ou não o brinco?
Em 12/05/1984, num sábado que antecedia o Dia das Mães,  um grito de guerra em forma de choro explodiu, anunciando sua chegada em solo desconhecido e exibindo, em primeira mão,  seu principal documento de identificação: um BRINCO que já fazia parte do kit, instalado no local adequado e com funções definidas, contrariando, assim, os palpites alheios, hehe!
Um garotão, frágil  na aparência(2,5 kg)  e sapeca nas atitudes: o pequeno rebento,  na mesinha em que fora colocado para os primeiros cuidados, segurava a tesoura do médico, agitando-a de um lado para outro. Eu fiquei surpresa, nunca vi criança fazer aquilo. Gritei “Cuidado, ele vai se machucar”.  Eu deduzi na hora que aquela era apenas a primeira de muitas artes que viriam...
E o brinco?  Bem... para não nos deixar tão decepcionadas assim, em uma das orelhas do Danilo (Esse  foi o nome escolhido para o adorável danadinho rss) havia um sinal semelhante a um furo de brinco, que perdura até hoje. Acreditam? Pois é a pura verdade!!
E a princesa?  Bem... ela veio  SIM,  dois anos depois e blá...blá...blá...blá...blá...
(Continua qualquer dia desses....)                   
 ZIZI, 10/06/2011

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