sexta-feira, 12 de dezembro de 2025

BICHOS NOTURNOS


Não se sabe onde se escondem,
E o que passam todo o dia;
Como que eles se alimentam;
Qual é sua moradia;
Se são caça ou caçadores;
Se aceitam os invasores
Como sua companhia.
 
De dia são tão discretos,
Quase seres encantados;
Mas, à noite dão as caras,
Não são mais ignorados,
Vem fazer a vistoria,
E com toque de ousadia
Resgatar tantos legados.
 
Os faróis do vagalume
São brilhos a circular;
Já o sapo e a perereca
Cantam para anunciar
Que a chuva está a caminho,
E procuram um cantinho
Para dela se abrigar.
 
Tímido e bem ligeiro,
Resolveu ser inquilino,
Se apossou do encanamento,
Túnel fino e pequenino.
O lagarto é o verdadeiro
Predador de galinheiro,
E o terror de outros destinos.
 
Armado até os dentes
De até oito mil espinhos,
O ouriço é um mamífero
Que se garante sozinho,
Ao sentir-se ameaçado
Fica todo arrepiado
E se embola ligeirinho.
 
O gambá ou saruê,
São os nossos guardiões
Controlam diversas pragas
Como cobra, escorpiões.
Mas, caso seja acuado,
Finge que está desmaiado,
Para enganar os vilões.
 
Nesse contexto rural
Há diversas criaturas
Que aparecem dia e noite
E provocam mil loucuras.
Mas, os reais invasores
Posseiros, exploradores,
Somos nós, tristes figuras.
 
Zizi, 12/12/25 

quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

FERNANDA (acróstico)



F  Feliz aniversário, Fernanda!
E  Especial e incrível seja esse grande dia,
R  Regado por homenagens, carinhos, boas
N  Notícias, mimos, alegrias, presentes. Que
A  As próximas etapas alinhem aos seus dias
N  Novos desafios e conquistas que farão a
D  Diferença na construção do seu futuro.
A
 A história de vida é escrita por cada um de nós.
 

Zizi, 11/12/2025


FERNANDA: CICLO DE ESTAÇÕES

 


Fernanda,
As estações do ano
Se inspiram em você,
Exibindo as singularidades
Para brilhar e encantar.
 
Fernanda é primavera:
Um broto cultivado em solo fértil,
Desabrocha e floresce,
Exalando sua essência sob mil cores.
 
Fernanda é brilho e calor,
Assim como o verão:
Que estende os braços,
E aquece os corações, o ambiente,
Gerando energia que nutre a chama da existência.
 
Fernanda também é outono:
Encara chuvas, ventos, tempestades com sabedoria,
Observa o artifício das árvores,
E reflete sobre perdas e renovação das folhas,
Na contínua evolução e aprendizagem da vida.
 
Fernanda é a resposta ao inverno:
Seu coração é como um abrigo,
Que acolhe, une e forma laços.
Mãos mornas desfazem, delicadamente,
Prováveis muros de gelo,
Pois, não há frio que resista a uma alma aquecida.
 
 Enfim, Fernanda é:
As fases distintas que se encaixam e se completam;
O aroma da primavera,
O brilho do verão,
O sopro do outono,
O refúgio do inverno,
A síntese das estações.
Um nome,
O SER!
 
Zizi, 11/12/2025

 

segunda-feira, 8 de dezembro de 2025

AOS HOMENS


Homens, por que nos perseguem?
Acaso somos ameaça?
Você não é predador; 
Nós não somos sua caça!
Temos muita experiência,
Somos força, resistência,
Não aceitamos mordaça!!


Não buscamos privilégio,
Queremos voz e respeito,
Afinal somos parceiras,
E temos nossos direitos.
Com justiça e liberdade,
Expressar nossa verdade,
Sem medo, sem preconceito.


Zizi, 08/12/25

domingo, 7 de dezembro de 2025

DEZEMBRO CHEGOU (E agora?)

 

O que dizer de dezembro,
Esse mês tão esperado?
Ele é a expectativa
Dos planos acumulados.
Muitos dias, mais momentos
Requer um olhar atento.
Para ser bem aplicado.
 
O mês abre suas portas
Com um doce e longo abraço
De entrada, o calor aquece
E acompanha passo a passo,
Com paciência, espera
O final da primavera
Pra retomar seu espaço.
 
Dezembro traz o verão,
Verão dá sede e calor,
Calor suplica por água,
Água, é vida e frescor,
Frescor sugere paixão,
Paixão confunde a razão,
Razão embala o amor.
 
Dezembro foi desenhado
Para descanso e lazer,
Mas é insuficiente
Para tudo acontecer:
São tantas celebrações,
De encontros e comunhões
Que o tempo fica a dever.
 
Como encaixar em um mês
Encontros, festas, viagens,
Visitas, jogos, almoço,
Passeios, ceia, postagens,
Pratos, doces, reuniões,
Momentos de orações,
E mil e tantas vantagens?
 
Cobrança e ansiedade
Fomentam mais que o normal;
Quando não é alcançado
Traz desgaste emocional,
Síndrome do fim do ano
Que adoece o ser humano,
No Balanço pessoal.
 
Dezembro também promove
Dias de riso e de siso:
Reavaliar o contexto,
Considerar o improviso.
Um ciclo se concluindo,
Um novo se construindo:
Renovar-se, é preciso!
 
                 (...)
 
MAS, nem sempre há privilégios,
Em enredos natalinos,
Pois, dias nada louváveis
Registram tristes destinos:
Descalços, sem alimento,
Abrigados sob o vento,
Levados ao desatino.
 
Como barcos à deriva,
Pessoas quase invisíveis,
Buscam no lixo o sustento
Para vidas tão sofríveis.
Com chuva, fome e calor,
Sem remédio para dor,
Perdas e danos terríveis.
 
Necessidades distintas
No cenário surreal
Mostra o abismo existente
No contexto social
Só haverá dignidade
Quando houver equidade
Para todos no Natal.
 
Aquele que veio ao mundo
Ensinar como amar,
Não fez uso de recursos
Para sua meta alcançar.
Vestido de humildade,
Escancarou a verdade
Pra quem quisesse enxergar.
 
Que o nascimento e a vida
De Jesus não seja em vão;
Que sua tortura e morte
Faça cada coração
Bater na mesma frequência,
Provando pela cadência
Que somos todos irmãos.
 
Zizi, 07/12/25

 

domingo, 23 de novembro de 2025

POSFÁCIO DAS MAZELAS

  (Paráfrase do poema "Epílogo" de Gregório de Matos)

 

O que sobra nesta cidade? ...  Desigualdade
Ela estimula que preceito? ...  Preconceito
O que traz a impaciência? ...  Violência
 
Na luta pela existência,
O povo sofre as dores
Resumidas em três fatores:
Desigualdade, preconceito, violência.
 
O que conduz uma acepção? ...  Discriminação
Quem controla a intolerância? ... Ignorância
Qual o maior dos abismos? ....  Racismo
 
Lamentável egoísmo
Daqueles sem empatia
Que semeiam todo dia:
Discriminação, ignorância, racismo.
 
Qual a maior ferida histórica da população?... Escravidão
Qual foi a estratégia de dominação? ...Colonização
O que silencia memórias visando impedimento? ... Apagamento
 
Na travessia do tempo,
Resiste a voz ancestral,
Revelando todo o mal:
Da escravidão, colonização, apagamento.
 
Quem são rejeitados pelos nobres? ... Pobres
Qual povo foi alvo de comércios e degredos? ... Negros
Quem não desiste da luta esteja onde estiver? A mulher
 
O racismo estrutural quer
Invalidar, com sutil discurso,
As ações e lutas de percurso
De negros, pobres e da mulher.
 
Qual crime contra mulheres insiste em ser omitido? ... Feminicídio
Quem cria barreira na luta pelo feminismo? ... Machismo
Por qual sistema o machismo garante o seu “reinado”? ... Patriarcado
 
Guerreiras, unidas em brado,
Reagem e exigem mudanças,
Desatam os nós da aliança:
Feminicídio, machismo, patriarcado.
 
As oportunidades são justas? ...  Injustas
Qual o perfil das políticas vigentes? ... Excludentes
E as ações no trabalho ao longo da história? ... Discriminatórias
 
Teorias contraditórias,
Normas que regem a máquina;
São, na verdade, uma prática:
Excludente, injusta, discriminatória.
 
Como sobreviver sem atalho? ... Trabalho
O que sustenta corpo e alma em atitude? ...Saúde
Qual a raiz da transformação? ... Educação
 
Entre quedas e ascensão
Que compõem uma jornada,
Há três alicerces na estrada:
Trabalho, saúde, educação
 
O que dá sentido à vivência?... Consciência
Qual perspectiva no momento? ... Empoderamento
Para que reafirmar a identidade?... Ancestralidade
 
Na luta por igualdade
Há justiça e respeito
Incluídos nos conceitos:
Consciência, empoderamento, ancestralidade


E o preço da liberdade? ...  Dignidade
Isso traz qual garantia?...  Autonomia
Qual riqueza que perdura?... Cultura
 
A arte e a literatura
São braços de resistência
Que promove, com essência:
Dignidade, autonomia, cultura.
 
Zizi, 23/11/25

sábado, 22 de novembro de 2025

LUCINEIDE E MARIA VALÉRIA: SABORES LITERÁRIOS:

Cada qual com seu valor,
Em estilos diferentes,
Torna o ler mais saboroso
Pelos seus ingredientes
Temperado com magia,
Sabor prosa e poesia
Bem ao gosto dos clientes.  
 
De um lado, Lucineide,
Porta-voz dos ancestrais,
De outro, Maria Valéria
Tece registros plurais.
Ambas, na literatura,
Marcam presença e cultura,
Com obras essenciais.

Zizi, 21/11/25 

 

(Estrofe com dez versos:)

Escritoras de valor,
Mesclam prosa e poesia,
Temperados de magia,
Com capricho e amor.
Seus escritos têm sabor
E dosagens diferentes,
Tornando seus componentes
Dignos de um banquete
Com direito a um bilhete
Bem ao gosto dos clientes.




BOM DIA COM DEUS


(Poema criado a partir do texto da Márcia)

Irradie entusiasmo
E força ao acordar
Pois depende de você
Para um dia começar
 
Não permita que o passado
Fragilize o presente
Confie no amor de Deus
E viva plenamente.
 
Permita que a vida
Sorria para você,
Sorria para ela
Sem perguntar o por quê.
 
Às vezes, basta um sorriso
Para gerar confiança;
Com otimismo e gratidão
Deus reforça a esperança.
 
Tenha fé e alegria,
Nunca deixe de sorrir;
Mantenha  a paciência
Para tudo voltar a florir.
 
Celebre a vida com Jesus,
Refloresça todo dia,
Ele sempre no controle
É a melhor companhia.
 
Zizi, 21/11/25
 

quinta-feira, 20 de novembro de 2025

PERCEPÇÃO SENSORIAL


A poesia
Brinca com sentidos:
Enxerga colorido,
Exala aromas diversos,
Produz toadas,
Tem sabores para todos os gostos,
Roça suave a mente e o coração.
É um balaio de sinestesia!

 

Zizi, 19/12/25 

CONSCIÊNCIA NEGRA


Qualquer palavra é gota
Ao citar a resistência,
Negritude representa
Raiz, luta, consciência,
Preservar a identidade,
Honrar a  ancestralidade,
Dar sentido à existência.


Zumbi, semente que vive:
No grito de liberdade,
Na força da persistência,
No direito à igualdade,
Na luta antirracista,
No ideal para a conquista
Da cura da humanidade.


NÃO a qualquer atitude 
Que reforce o grande mal, 
Identificado como
Preconceito racial; 
É misto de intolerância,
Desrespeito, ignorância,
Mente crua e irracional.


Convém lembrar que esta data
Não promove só lembranças;
As pessoas deveriam
Atuar em mais mudanças
Que tornasse a teoria
Prática do dia a dia,
Unindo-se em alianças.


Zizi, 20/11/25

domingo, 16 de novembro de 2025

MULTIVERSOS em “M”

 


Monotonia massacrante
Mofam marido e mulher.
Mesmo morando no mesmo mundo,
Migraram da mesmice
À moradia maluca
De um multiverso.
 
Manifestações das matronas
Movimentam mudanças,
Mas minguam,
No miserável mundo moralista do machismo:
Máscaras mentirosas
Minimizam os maus-tratos às mulheres.
 

                                   Malditos machos!                                   
 Mandões, maléficos, 
Manipuladores e melodramáticos,
Que martelam mil maneiras mesquinhas
De manter o monopólio masculino.
Mestres da manobra,
Musculosas mentes maquiavélicas.
Modestos monstros
Ou meros marginais?

 
Em meio a multidões,
Maculadas e magoadas meninas e moças
Movem-se com menos munições
E murmúrios mal-humorados.
Maior medo:
Morrer nas mãos dos maníacos
Que molestam moleques
Nos muquifos dos manicômios.
 
Mulheres malogradas
Por manchas ou mutilações
Ministram meios de manter
A missão da maternidade
E a manutenção metafórica do matrimônio,
Multiplicando a monumental
Massa de moradores no mundo.
 
Maximizam a miséria
Maquinando mix de maluquices nas marmitas:
Migalhas de moqueca morna
Com metade macarrão ao molho e mandioca.
Nas mesas, Moscas e mosquitos
Marinam os morangos maduros.
Manjar de merda!!
 
Mas,
Meretrizes maduras e misteriosas,
(Musas mais ou menos más),
Maravilhosamente maquiadas,
Com mamas à mostra,
Mesclam magia e malícia
Mostrando a metamorfose milagrosa
Das mútuas massagens:
Muitos mantos macios
Marcados com o mel dos másculos,
Nos melindrosos momentos molhados.
Moralmente malvistas,
Mantêm-se à margem.
Minam moedas,
Montante de mil a milhões.
Mexericos?
Menosprezam!
Méééé!!

 

Zizi, 16/11/25

quinta-feira, 13 de novembro de 2025

VIOLÊNCIA INVISÍVEL AOS OLHOS ALHEIOS


Alguém já questionou
O padrão de tratamento
Que o homem dá a esposa
Logo após o casamento?
Para os outros, é gentil;
Com a esposa é hostil.
Por que tal comportamento?
 
Lamentavelmente, o homem
Não percebe a realidade,
Considera que a esposa
É sua propriedade,
Ou melhor, é sua escrava,
Que ele pode pôr a trava,
Tirando sua liberdade.
 
Ser livre não representa
Agir com libertinagem:
Transgredindo os limites,
Aderindo à vadiagem;
Liberdade é um direito,
Que começa com respeito
Na individualidade.
 
Pessoa com bons princípios
Sabe usar a autonomia;
Suas falas ou ações
Não ferem a cortesia;
Não invade o espaço alheio,
Não constrói esse bloqueio
Contra a própria companhia.
 
Quem tem um marido assim,
Vive com um narcisista;
Tem a vida condenada
Pelo instinto egoísta
Que busca só benefícios
E não mede sacrifícios
De exploração da conquista.
 
Engraçado como alguém
Se acha bem-merecido,
Usufruir de vantagens
E ser mal-agradecido;
É o centro do universo,
Exige, mas dá o inverso,
Não ouve e quer ser ouvido.
 
Na rua, escuta, elogia,
Conversa com todos, sorri,
Aos insultos? Nem reage,
“Não quer se indispor ali”.
Mas, em casa se transforma:
Atua da pior forma:
Impaciente e  cri-cri.
 
Responde com monossílabos,
“Vira os olhos” , “dá as costas”,
Grita para interromper,
Distorce cada resposta
Para se passar por vítima.
Quase soa: “legítima”
A farsa tão bem exposta.
 
Para o público: os louros,
O resto para o privado;
Aos outros: muito simpático,
À esposa: mal-humorado.
Busca fora admiração,
Faz em casa a inquisição:
Julga tudo como errado.

Cego, surdo e insensível
Às necessidades dela,
Mas, falante ao apontar
Qualquer falha ou mazela.
Se ele errou, dá uma desculpa
E atribui a ela a culpa,
Reduzindo sua parcela. 


Os pedidos da esposa
Nunca são prioridade,
Resolve de qualquer jeito,
Sem capricho ou qualidade,
Fica claro que incomoda,
Deixa escapar um “é foda!”
Com cara de má vontade.
 
Quando um homem é um mel
Para as pessoas de fora,
E em casa ele despeja
O seu fel a toda hora,
Isso nunca é normal,
É abandono emocional
Que com o tempo só piora.

Não aceite ser tratada
Como um simples objeto,
Mulher também é sujeito
Pra formar um par completo.
Não à coisificação,
Sim à valorização:
Modo simples e direto. 

 
Parceria representa
Muito mais do que estar junto,
É o apoio, companhia,
Conversar qualquer assunto.
Agir com cumplicidade,
Ter amor e amizade,
Ambos: ser um só conjunto.

 

Zizi, 13 NOV 2025


quarta-feira, 12 de novembro de 2025

BRUNO, FELIZ ANIVERSÁRIO!

 


Hoje é o aniversário
Do meu amado afilhado.
A palavra já transmite
Todo seu significado:
Como um filho, é protegido,
Respeitado e querido,
Um presente estimado.
 
A festa é para ele,
E nós, os agraciados
Por laços especiais
Com um ser abençoado:
Moço lindo, inteligente,
Responsável, competente,
Cauteloso, equilibrado.
 
Seus caminhos são seguros,
Os passos bem planejados,
As decisões pertinentes,
Projetos qualificados,
Metas viabilizadas,
Escolhas selecionadas,
Planos sempre renovados.
 
Outros pontos se destacam
E vale a pena mencionar:
É ligeiro e perspicaz
Pra fazer rir ou pensar,
Bruno gosta de piadas
Acrescidas de pitadas
De escárnio pra temperar.
 
Atento no seu silêncio,
Limita alguns comentários,
Vida alheia, por exemplo,
Não é tema necessário.
Seu tempo é precioso,
Gastar em campo danoso,
Não combina com o cenário.
 
Portanto, é uma honra
Ter essa conexão,
Garantia de um vínculo
Que transcende a ligação:
Surge por afinidade,
Vira preciosidade
E habita o coração.
 
Zizi, 12/11/25

terça-feira, 11 de novembro de 2025

INTRIGAS DA NATUREZA


 Ontem, eu fui testemunha
De uma disputa acirrada:
De um lado, o grande sol
Em sua tez bronzeada,
E um grupo de desordeiras,
Nuvens nada passageiras,
Cogitando a chuvarada.
 
O sol brilhava no céu,
Aquecendo o belo dia,
Bem tranquilo e confiante
Da importância que exercia.
Sem argumentos contrários,
Pois não havia adversários
Com sua força e energia.
 
Orgulhoso e imponente,
No trono permaneceu,
Sem perceber que por perto
Algo estranho aconteceu,
Chegando devagarinho,
Alterando, com jeitinho,
A paisagem escureceu.
 
O astro rei, rapidamente,
Reagiu à provocação,
Quis mostrar o seu poder,
Com ameaça e punição:
Expandiu o seu calor
Com os raios e vapor
Pra dar cabo à situação.
 
Em quantidade maior,
As nuvens se espalharam,
Formaram um grande círculo
E em torno dele ficaram;
Com deboche e brincadeira,
Deram-lhe várias rasteiras,
E por fim, o derrubaram.
 
Dominado pelo grupo,
Sem chance e sem amparo,
O sol se viu obrigado
A pagar um preço caro:
Aceitar uma derrota,
Alterar a sua rota,
Buscar um melhor preparo.
 
As nuvens, por sua vez,
Sentiram-se empoderadas,
Sem ninguém para impedir
As chuvas e trovoadas.
Lançaram em mutirão:
Tempestades, furacão,
Com cidades alagadas.
 
Enchentes, tsunamis,
E baixa temperatura,
Devastação sem medida/
Abalaram a estrutura.
Tragédias incontroláveis,
Por atos irresponsáveis
Daquelas tristes figuras.
 
Perceberam que seu erro
Teve grave consequência.
Precisava reverter
O quadro com muita urgência.
A única solução
Seria pedir perdão
Pelos atos de demência.
 
As nuvens, arrependidas,
Chegaram meio sem jeito,
Conversaram com o sol
Sobre o que elas tinham feito.
Com pedidos de desculpas,
Assumiram toda a culpa
Desde a causa, até o efeito.
 
O sol olhou para a terra
E viu a calamidade
Causada pela tormenta
No campo e na cidade.
Só ele que poderia
Liquidar essa agonia,
Com toda a propriedade.
 
Sem hesitar, se lançou
Sobre a terra, num compasso,
Aquecendo cada parte,
Acolhendo-a num abraço,
Com calor suficiente
Pra salvar o continente,
Desfazendo o embaraço.
 
Concluída a tal missão,
Respiraram, aliviados,
O planeta estava salvo,
Dos excessos provocados.
Em meio às circunstâncias,
Reduziram as distâncias
E tornaram-se aliados.
 
Não há melhor, nem pior,
Só existe o diferente,
Cada qual tem a função,
Mas, são interdependentes.
Basta a simples sintonia,
 Transformar em parceria
Que o equilíbrio é presente.
 
Zizi, 11/11/25

 


domingo, 9 de novembro de 2025

RECEITA DE BOM DIA



Acordei, pensando em um bom dia, 

Levantei confiante que  será,

Pois, se depender de mim, ficará,

Se eu seguir a receita da alegria.

Tenho os ingredientes que devia,

Basta usá-los na medida correta,

Aquecer em temperatura certa,

Fortalecendo a mente e o coração,

Com amor, confiança e gratidão

A leveza da vida se completa.


Zizi, 09/11/25

 

sábado, 8 de novembro de 2025

MERLIN

 


Lindo, branco, olhos azuis,
Mas sofre por ser felino,
Outras cores o desprezam
E batem nesse “menino”.
Ama o colo da “mainha”,
Mia, roça, faz gracinha
E finge ser pequenino.
 
Semelhante ao Gasparzinho:
Sempre à procura de amigos.
Com a Matilde, não deu certo,
Rajada e Jeep: inimigos,
Com Margot, curtiu bastante,
Diversão a todo instante,
Brincadeiras sem perigos.
 
Embora seja um gato,
Sempre envolvido em intrigas,
Madalena e Ludmila:
Suas melhores amigas,
Cachorrinhas companheiras,
O protegem, são parceiras
Desde épocas antigas.
 
Zizi, 08/11/25


CABELOS COLORIDOS PELO TEMPO




A linha do tempo faz suas marcas
Com tons que formam uma alegoria
Há pontos em que as cores são um fardo,
Com nós que dificultam a travessia.
É o relógio do tempo alertando:
O pincel da idade está pintando
Meu cabelo da cor que eu não queria.

O corpo dá sinais de intolerância,
Alterando a cadência que existia,
Nova fase requer mais atenção,
Viver bem é curtir com garantia,
E assim, sigo existindo e pontuando,
O pincel da idade está pintando
Meu cabelo da cor que eu não queria.

Zizi, 08/11/25