BICHOS NOTURNOS
Não se sabe onde se escondem,
E o que passam todo o dia;
Como que eles se alimentam;
Qual é sua moradia;
Se são caça ou caçadores;
Se aceitam os invasores
Como sua companhia.
De dia são tão discretos,
Quase seres encantados;
Mas, à noite dão as caras,
Não são mais ignorados,
Vem fazer a vistoria,
E com toque de ousadia
Resgatar tantos legados.
Os faróis do vagalume
São brilhos a circular;
Já o sapo e a perereca
Cantam para anunciar
Que a chuva está a caminho,
E procuram um cantinho
Para dela se abrigar.
Tímido e bem ligeiro,
Resolveu ser inquilino,
Se apossou do encanamento,
Túnel fino e pequenino.
O lagarto é o verdadeiro
Predador de galinheiro,
E o terror de outros destinos.
Armado até os dentes
De até oito mil espinhos,
O ouriço é um mamífero
Que se garante sozinho,
Ao sentir-se ameaçado
Fica todo arrepiado
E se embola ligeirinho.
O gambá ou saruê,
São os nossos guardiões
Controlam diversas pragas
Como cobra, escorpiões.
Mas, caso seja acuado,
Finge que está desmaiado,
Para enganar os vilões.
Nesse contexto rural
Há diversas criaturas
Que aparecem dia e noite
E provocam mil loucuras.
Mas, os reais invasores
Posseiros, exploradores,
Somos nós, tristes figuras.
Zizi, 12/12/25
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