terça-feira, 11 de novembro de 2025

INTRIGAS DA NATUREZA


 Ontem, eu fui testemunha
De uma disputa acirrada:
De um lado, o grande sol
Em sua tez bronzeada,
E um grupo de desordeiras,
Nuvens nada passageiras,
Cogitando a chuvarada.
 
O sol brilhava no céu,
Aquecendo o belo dia,
Bem tranquilo e confiante
Da importância que exercia.
Sem argumentos contrários,
Pois não havia adversários
Com sua força e energia.
 
Orgulhoso e imponente,
No trono permaneceu,
Sem perceber que por perto
Algo estranho aconteceu,
Chegando devagarinho,
Alterando, com jeitinho,
A paisagem escureceu.
 
O astro rei, rapidamente,
Reagiu à provocação,
Quis mostrar o seu poder,
Com ameaça e punição:
Expandiu o seu calor
Com os raios e vapor
Pra dar cabo à situação.
 
Em quantidade maior,
As nuvens se espalharam,
Formaram um grande círculo
E em torno dele ficaram;
Com deboche e brincadeira,
Deram-lhe várias rasteiras,
E por fim, o derrubaram.
 
Dominado pelo grupo,
Sem chance e sem amparo,
O sol se viu obrigado
A pagar um preço caro:
Aceitar uma derrota,
Alterar a sua rota,
Buscar um melhor preparo.
 
As nuvens, por sua vez,
Sentiram-se empoderadas,
Sem ninguém para impedir
As chuvas e trovoadas.
Lançaram em mutirão:
Tempestades, furacão,
Com cidades alagadas.
 
Enchentes, tsunamis,
E baixa temperatura,
Devastação sem medida/
Abalaram a estrutura.
Tragédias incontroláveis,
Por atos irresponsáveis
Daquelas tristes figuras.
 
Perceberam que seu erro
Teve grave consequência.
Precisava reverter
O quadro com muita urgência.
A única solução
Seria pedir perdão
Pelos atos de demência.
 
As nuvens, arrependidas,
Chegaram meio sem jeito,
Conversaram com o sol
Sobre o que elas tinham feito.
Com pedidos de desculpas,
Assumiram toda a culpa
Desde a causa, até o efeito.
 
O sol olhou para a terra
E viu a calamidade
Causada pela tormenta
No campo e na cidade.
Só ele que poderia
Liquidar essa agonia,
Com toda a propriedade.
 
Sem hesitar, se lançou
Sobre a terra, num compasso,
Aquecendo cada parte,
Acolhendo-a num abraço,
Com calor suficiente
Pra salvar o continente,
Desfazendo o embaraço.
 
Concluída a tal missão,
Respiraram, aliviados,
O planeta estava salvo,
Dos excessos provocados.
Em meio às circunstâncias,
Reduziram as distâncias
E tornaram-se aliados.
 
Não há melhor, nem pior,
Só existe o diferente,
Cada qual tem a função,
Mas, são interdependentes.
Basta a simples sintonia,
 Transformar em parceria
Que o equilíbrio é presente.
 
Zizi, 11/11/25

 


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