sábado, 8 de junho de 2013

Análise da textualidade da reportagem “Por que não vivemos para sempre?”.

O objetivo deste texto consiste na observação, compreensão e análise  dos  recursos multissemióticos utilizados na reportagem “Por que não vivemos para sempre?”, escrito pelo professor e diretor do  Institute for Ageing and Healthcare da Newcastle University da Inglaterra Thomas Kirkwood, divulgada pela  Revista Scientific American Brasil.
Primeiramente, convém observar que se trata de uma reportagem de caráter científico publicada em uma revista impressa e adaptada para a visualização nas páginas de um site e por isso apresenta características próprias que a diferencia de outras publicações de abordagens meramente digitais, tais como: a diagramação do texto; a interação entre o escrito e o leitor;  imagens e legendas referentes à reportagem; títulos, subtítulos, informações referentes ao autor;  o mudar de páginas, o tamanho e a divisão dos parágrafos, assim como seu enquadramento nos espaços determinados, dentre outras.
O texto “Por que não vivemos para sempre?”, possui uma extensão média de nove páginas facilmente manuseadas que conservam, nas partes superiores de cada uma delas, as informações de título, subtítulo (ambos em negrito), autor, edição, data e  uma mini-biografia do autor que repete em cada final da página. Além disso, o texto internamente é subdividido em cinco partes de  tamanhos irregulares  com os seguintes subtítulos escritos totalmente em letras maiúsculas no início de cada um desses trechos: “Se você pudesse planejar”; “Por que envelhecemos assim”; “Evolução por adaptação”; “Sobre ratos e homens” e, por último,  “Sem respostas simples”.
A abordagem do tema, embora escrito em linguagem culta, possui um vocabulário científico  voltado para um público específico cujo interesse é a absorção total do conteúdo a partir de  conhecimentos técnicos e pontos de vista oriundos de um especialista.

A exposição sobre a vida e a morte do ser humano não se baseia somente nos relatos de pesquisas ligadas à Ciência; em alguns trechos o autor  retoma fatos históricos relacionados à expectativa de vida em épocas passadas e menciona também um episódio ocorrido com ele e a filha,  como suporte às suas exposições e argumentações.

O autor,  minuciosamente,  descreve  o procedimento das células do nosso corpo quando este se encontra no processo gradativo  de final de  vida para mostrar como funciona o nosso organismo, independente da nossa vontade.

Desde a introdução do texto,  há indícios de ponto de vista do autor sobre a questão tematizada, pois o mesmo inicia com uma pergunta reflexiva que ele mesmo responde em seguida, citando possíveis opções de como planejar o momento da própria morte, e dessa forma subjetiva, conduz o leitor ao tema que será desenvolvido a seguir.

Geralmente as questões sobre mortalidade e imortalidade debatidas pelas pessoas através ou não dos  meios de comunicação, possuem caráter religioso e por isso causam polêmica dando abertura para discussões e debates infinitos sem respostas objetivas. Com o olhar científico, Thomas Kirkwood discorre  o assunto elucidando até que ponto somos mortais ou imortais. Do ponto de vista da mortalidade, as células do nosso corpo obedecem  ao processo cíclico de origem, desenvolvimento e morte. Entretanto, podemos considerar também que existe a imortalidade desde que a semente seja germinada através dos filhos, pois estes darão seguimento à continuação da espécie.

No decorrer da leitura intercalam-se informações objetivas e opiniões formando, assim, um todo para produzir o sentido desejado de quem escreveu. Por exemplo, ele faz uma analogia entre nossos ancestrais e os atuais cientistas a respeito do tempo de vida de ontem e de hoje. Ficamos sabendo das dificuldades que as pessoas tinham naquela época em ultrapassar os 25 anos de idade, devido a vários fatores como: doenças, ferimentos, falta de recursos e outros mais. Para  obter tal informação sobre tempos tão remotos, certamente, o autor pesquisou o assunto e o uniu às pesquisas recentes que são do seu conhecimento profissional. Houve, portanto intertextualidade já que o tema foi abordado também em outros momentos por outras pessoas e retomado por ele. Outros recursos com imagens acrescentados na reportagem trazem novamente esse “diálogo” com o assunto discutido: são figuras que ilustram e ao mesmo tempo comprovam os argumentos do autor.

Um texto dessa natureza exposto num  ambiente virtual conta com mais recursos visuais e torna a leitura mais acessível às demais pessoas. O mesmo não aconteceria se estivesse limitada somente à impressão e dependesse do consumidor. Não há como negar a importância da tecnologia nas comunicações humanas. Enquanto não encontramos respostas para questões como a morte, continuaremos  a investir na vida através de perguntas, pesquisas e descobertas, incansavelmente.

KIRKWOOD, Thomas. Por que não vivemos para sempre?. Scientific American Brasil. Edição 101 - Outubro 2010

MAIA, Maria Christina de Motta.  Intertextualidade. Disponível em




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