domingo, 10 de julho de 2011

DISPERSÃO



Caminho silenciosa pisando em folhas secas
Caídas dos galhos,
Soltas, desmembradas e sem vida,
Porém percebo que ainda não é o seu fim.

Ha ruídos provenientes das pisadas
Sincronizadas com o redemoinho
Que o vento acaba de trazer.

O outono tece bordados nos caminhos
Embaçados pela poeira levantada
Cujas direções me confundem.

Ouço o murmúrio da brisa
Sinto que a noite está a valsar
Numa escuridão quebrada pelo prateado do luar.

Essa recepção encantou-me
E dispersou meus pensamentos.
Foi um convite a integrar-me àquele santuário
De beleza envolvente e inigualável.
Misturei-me  aos demais componentes.
Sou apenas um minúsculo átomo pensante...

Mas...
Para onde foram aquelas preocupações
Que faziam a minha cabeça arder?
Consegui neutralizá-las.

Melhor assim...
Pensar traz a dor...
Então, alieno-me
Nego-me a fazer os neurônios trabalharem.

Essa fuga faz sentido
É um pretexto,
Um álibi,
A válvula de escape.
(Zizi, abril/2004)

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