domingo, 7 de dezembro de 2025

DEZEMBRO CHEGOU (E agora?)

 

O que dizer de dezembro,
Esse mês tão esperado?
Ele é a expectativa
Dos planos acumulados.
Muitos dias, mais momentos
Requer um olhar atento.
Para ser bem aplicado.
 
O mês abre suas portas
Com um doce e longo abraço
De entrada, o calor aquece
E acompanha passo a passo,
Com paciência, espera
O final da primavera
Pra retomar seu espaço.
 
Dezembro traz o verão,
Verão dá sede e calor,
Calor suplica por água,
Água, é vida e frescor,
Frescor sugere paixão,
Paixão confunde a razão,
Razão embala o amor.
 
Dezembro foi desenhado
Para descanso e lazer,
Mas é insuficiente
Para tudo acontecer:
São tantas celebrações,
De encontros e comunhões
Que o tempo fica a dever.
 
Como encaixar em um mês
Encontros, festas, viagens,
Visitas, jogos, almoço,
Passeios, ceia, postagens,
Pratos, doces, reuniões,
Momentos de orações,
E mil e tantas vantagens?
 
Cobrança e ansiedade
Fomentam mais que o normal;
Quando não é alcançado
Traz desgaste emocional,
Síndrome do fim do ano
Que adoece o ser humano,
No Balanço pessoal.
 
Dezembro também promove
Dias de riso e de siso:
Reavaliar o contexto,
Considerar o improviso.
Um ciclo se concluindo,
Um novo se construindo:
Renovar-se, é preciso!
 
                 (...)
 
MAS, nem sempre há privilégios,
Em enredos natalinos,
Pois, dias nada louváveis
Registram tristes destinos:
Descalços, sem alimento,
Abrigados sob o vento,
Levados ao desatino.
 
Como barcos à deriva,
Pessoas quase invisíveis,
Buscam no lixo o sustento
Para vidas tão sofríveis.
Com chuva, fome e calor,
Sem remédio para dor,
Perdas e danos terríveis.
 
Necessidades distintas
No cenário surreal
Mostra o abismo existente
No contexto social
Só haverá dignidade
Quando houver equidade
Para todos no Natal.
 
Aquele que veio ao mundo
Ensinar como amar,
Não fez uso de recursos
Para sua meta alcançar.
Vestido de humildade,
Escancarou a verdade
Pra quem quisesse enxergar.
 
Que o nascimento e a vida
De jesus não seja em vão;
Que sua tortura e morte
Faça cada coração
Bater na mesma frequência,
Provando pela cadência
Que somos todos irmãos.
 
Zizi, 07/12/25