domingo, 26 de setembro de 2021

Sou "free", sou FRIDA e não me KAHLO


(Texto costurado a partir de 39 obras de Frida Kahlo)


Minha história é umA MOLDURA onde a vida pincelou fatos dramáticos desde MEU NASCIMENTO até a última seiva de vida.

Ao nascer, fui amamentada por uma índia. Assim, MINHA AMA E EU criamos um vínculo afetivo e familiar.

Ao seis anos tive paralisia. Aos dezoito, um simples passeio nO ÔNIBUS transformou-se em ACIDENTE, 17 DE SETEMBRO DE 1926, foi a data da tragédia,  

Tive minhA COLUNA PARTIDA, cujas dores e limitações me transformaram numa (quase) MENINA COM MÁSCARA DA MORTE.

Estive no HOSPITAL HENRY FORD deitada e imobilizada como umA MESA FERIDA. 

As tentativas de cura não cessavam: cirurgias, tratamentos, mas o pior estava a caminho para FRIDA E O ABORTO.

Adormecia PENSANDO NA MORTE, naqueles dias longos, SEM ESPERANÇA.

Era O SONHO da maternidade se dissolvendo como se fosse UMAS FACADINHAS DE NADA.

Porém, minhas RAÍZES mexicanas sussurravam da ÁRVORE DA ESPERANÇA:  “MANTENHA-SE FIRME”. 

Quem sabe, MEUS AVÓS, MEUS PAIS seriam aquelas vozes que soavam no meu delírio onírico?

Mas a vida deu compensações: A arte me permite eternizar pessoas e fatos. Afinal, para que preciso de pernas se posso ter asas?

Pintei o RETRATO DO MEU PAI WILHELM KAHLO, em seguida foi a vez de registrar MINHA IRMÃ CRISTINA como prova do meu carinho fraterno, sem esquecer da querida DONA ROSITA MORILLO.

Há obras que explicitam o interior da minha alma. Nesse sentido nasceram diversos AUTORRETRATOs:

Vestida COMO TEHUANA, mostro meu lado índio;

Caprichei no AUTORRETRATO DEDICADO A LEON TRÓTSKY, o revolucionário soviético;

Ao ser ferida pelo amor, pintei AUTORRETRATO COM COLAR DE ESPINHOS E BEIJA-FLOR;

Fiz mudanças no meu visual: troquei o CABELO SOLTO para CABELO CORTADO;

Retalhei meu VESTIDO DE VELUDO porque não havia sentido aquela ostentação.   

AÍ PENDURO MEU VESTIDO no armário e visto calças masculinas para causar (Adoro provocar!!)

Meu cachorro, MACACO E PAPAGAIO são os filhos que não pude ter:

EU E MEUS PAPAGAIOS somos cúmplices na agitação e no colorido.

Amo também O SOL E A VIDA e observo o quantO QUE A ÁGUA ME DEU de energia para suportar todas as mazelas da vida. 

Sinto-me frágil, semelhante aO VEADO FERIDO que não consegue se livrar das garras do predador.

DIEGO E EU nos apaixonamos à primeira vista e logo passamos a casal: FRIDA E DIEGO RIVERA. 

Entretanto, o apetite do amor gerou AS DUAS FRIDAS: a amante e a esposa:

Uma relação tão intensa como O ABRAÇO DE AMOR DO UNIVERSO que percorre A MEMÓRIA, O CORAÇÃO e crava lá a sua morada infinita. 


Zizi, 26-09-2021


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