quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Os desafios contemporâneos na arte de ensinar


Ensinar sempre foi e será um desafio em qualquer tempo; no entanto, o que diferencia uma época da outra são suas características peculiares, pois a educação passou por mudanças diversas como: perfil do alunado, estrutura educacional, recursos tecnológicos e didáticos e outras, desde sua implantação até o momento atual.

O processo educativo não perdeu, ainda, sua referência tradicional, embora “especialistas” tenham se empenhado em alterar e modernizar os regimentos voltados à educação no Brasil. Mesmo assim, não se pode afirmar que existe uma estaticidade educacional, visto que transformações (embora brandas) ocorreram e estão relacionadas tanto à demanda escolar quanto aos recursos oferecidos no mundo contemporâneo.

Boa parte das preocupações atuais na área do ensino nasceu com o choque causado pela evolução tecnológica. Essa nova realidade exigia inovações nos objetivos e, consequentemente, o pensar e o agir deveriam estar sintonizados. Não era uma questão opcional; impossível ignorar as vantagens oriundas do mundo tecnológico, assim como os problemas causados pelo seu uso abusivo e inadequado no ambiente escolar. De um lado os apetrechos modernos facilitam e agilizam o cotidiano das pessoas; do outro, a falta de pertinência daqueles que, sem limites, os utilizam em qualquer lugar e a qualquer hora, provocando, assim, discussões infinitas e sem solução.

Talvez o maior desafio educacional seja mesmo lidar com tais divergências e aproveitá-las adequadamente dentro do contexto profissional. É importante estar à frente dos alunos, mantendo-se atualizado em relação aos recursos oferecidos pela tecnologia, tornando-os instrumentos a favor da educação, mostrando, por exemplo, a pertinência e reflexões do uso de aparelhos eletrônicos em sala de aula, ao invés de, simplesmente, assumir uma posição contrária que promova um clima desconfortável de protesto ou de proibições. O uso das novas tecnologias atrai os jovens, por isso a escola precisa adequar tais recursos para a aquisição de conhecimentos, sobretudo na leitura e na escrita que requer uma atenção especial.

As pesquisas e estudos procuram analisar as causas e compreender as conseqüências do nível insatisfatório em que se encontra a educação no Brasil. Com base nesses dados ocorrem mudanças freqüentes nas leis educativas visando uma alteração para melhor. No entanto, o resultado, muitas vezes, é em longo prazo e gera um inconformismo devido à ânsia por respostas imediatas.

No tempo em que a educação era elitizada, certas inquietações que hoje efervescem o âmbito escolar não existiam, pois havia uma clientela escolar homogênea focada na aquisição de conhecimentos e a escola era considerada o melhor (e talvez o único) espaço adequado à formação e aprendizagem para a vida futura. O professor representava o retentor do conhecimento e o aluno seu receptor incontestável. Mesmo depois do acesso aos integrantes das classes sociais menos favorecidas, a cultura do “verdadeiro saber” ainda estava incorporada à escola. Desconsiderava-se, dessa forma, a carga de conhecimento familiar e cultural trazida pelo aluno. Este tinha que conviver e se adaptar em dois mundos distintos: o social e o escolar. Nos anos seguintes as mudanças foram inevitáveis e a escola aprendeu a considerar a realidade externa fora dos muros escolares e com base nessas informações, criar condições favoráveis ao estudo sem descaracterizar o histórico que cada um trazia consigo.

Antes o acesso ao Segundo Grau era limitado e correspondia ao preparo para os estudos universitários, uma espécie de garantia à faculdade; hoje, o ensino obrigatório se estendeu até o Ensino Médio e essa mudança provocou várias reações com comportamentos de rebeldia, desinteresse, evasão. Os exames seletivos perdem o sentido inicial e as avaliações tem caráter apenas pedagógico. A repetência perde sua força ao mesmo tempo em que os problemas de aprendizagem junto à indisciplina não deixam de crescer.

Nesse sentido, o texto “Culturas jovens e cultura escolar” de Fanfani comenta a respeito do comportamento dos jovens, em especial, alunos do Ensino Médio, comparando os dias atuais à épocas mais antigas cuja estrutura e objetivos eram bem diferentes.  As informações e análises contidas na  referida leitura condizem com as discussões no fórum que apontavam a indisciplina e a falta de interesse dos alunos como um dos principais “entraves” para o insucesso escolar. Segundo algumas afirmações de professores nos comentários do fórum, várias causas como: a falta de estrutura familiar, ausência de perspectivas futuras, a instabilidade típica dos adolescentes e outros motivos teriam desencadeado um comportamento de insubordinação por parte dos alunos. Tais atitudes provocam um “desencantamento” e põem abaixo todo um trabalho de profissionais comprometidos com a educação. Nessa rica atividade interativa as sugestões e reclamações se alternavam, e houve até quem, com humor, fizesse uma analogia com “o muro das lamentações”.

Em algumas vezes Fanfani cita exemplos de educação comparando França e América Latina (em especial o Brasil), que segundo ele, os comportamentos dos alunos são bem parecidos, inclusive o de questionar a autoridade do professor. Como ilustração, vale relacionar essa situação com o conflito escolar movido pela diversidade cultural e social apresentada no filme francês: “Entre os muros da Escola”, que foi uma das belíssimas e pertinentes sugestões do curso Redfor.

O que ficou retido nesse aprendizado: crescer com as leituras indicadas; aprender mais e aperfeiçoar, de forma criativa, as práticas pedagógicas a partir das trocas de experiências; manter-se atualizada com as novas tecnologias e torná-las aliadas à aprendizagem. Se esses desafios da vida contemporânea forem superados, estará cumprido o papel de um educador que existe em cada professor.


REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

FANFANI, Emilio T. Culturas jovens e cultura escolar. Anais do Seminário Escola Jovem: Um Olhar Sobre o Ensino Médio (on-line). Brasília: MEC/SEB, 2000. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/CultJoEsc.pdf>. Acesso em 13 dez. 2011.


Zizi, 13/12/2011

2 comentários:

Anônimo disse...

Cara cursista, sou tutora e detectei que estão plagiando seus textos. Seria mais produtivo se você fizesse as postagens somente após o final de cada módulo.
Att.

Zizi disse...

Obrigada por me avisar.