sábado, 29 de outubro de 2016

Os primeiros passos de muitos que virão...

Como é linda e inesquecível a fase dos primeiros passos dos nossos filhos! Inseguros ainda, eles se apoiam em tudo que está próximo, suas perninhas meio tortas e bambas ensaiam alguns movimentos para se locomover,  porém, ainda lhe faltam a firmeza e coordenação necessária para concluir o ato com perfeição. O aprender a caminhar é um dos maiores desafios enfrentados pela criança. Quando estão de mãos dadas com os pais, a história é outra;  não há problema algum e parece muito fácil, entretanto o pequeno guerreiro precisa vencer sozinho suas próprias batalhas...

Tombos, sustos, choros, nova tentativa uma, duas, três, quatro... Nós, espectadoras de carteirinha, vibramos na torcida por cada conquista. Tantas vezes assistimos às cenas. Engraçadinhos e determinados, eles não saem do foco, instintivamente,  até conseguir os primeiros passos dos muitos que virão em seguida...

Por três vezes acompanhei esse processo em minha casa: primeiro foram os filhos; Danilo e Patrícia;  anos depois,  Gabriel, meu neto,  vivenciava a mesma experiência do pai e da tia.

Danilo, medalha de ouro em precocidade, mostrou-se ansioso para explorar o universo que o rodeava. Quando percebi seu interesse e coragem em dar os primeiros passos, apoiei a ideia. Colocava-o em pé encostado à parede para que não caísse de costas, sentava no chão à sua frente com uma distância segura e o chamava até mim, sem tocá-lo. Ele encarava o desafio e vinha, movendo-se devagarzinho. Para mim, aquilo não passava de uma brincadeira, mas para ele aqueles exercícios eram sessões de ensaios cujos resultados  eu pude conferir logo depois que ele completou 9 meses. Isso mesmo: o apressadinho andou aos nove meses de idade sem engatinhar.  Adeus sossego, o mundo que o aguardasse!! Era um toquinho andando pela casa e quintal, explorando cada centímetro da sua área de conforto.  Não satisfeito totalmente, continuava a façanha  à noite ou  madrugada. Não esqueço o dia em que acordei assustada com ruídos de passos correndo de um cômodo a outro pela casa e quando fui verificar, deparei-me com ele.

Com a melhor das intenções e sempre pensando no melhor, compramos um andador que serviu depois para a irmã. Algumas quedas aconteceram, provando que o tal objeto deixava muito a desejar com relação à segurança, mesmo assim foi útil e atendeu as fases de ambos os filhos.

Em menos de dois anos, a chegada de mais um ilustre ser agitou o nosso ninho. A maratona começara novamente. Danilo, como um autêntico irmão  mais velho, ensinou algumas traquinagens para a parceirinha Patrícia, entre elas, como sair do berço. Agora nada mais a detinha! Em seguida,  tratou logo de aprender a engatinhar; mais tarde, caminhar; e finalmente, correr... Ela andou aos dez meses de idade e aprendeu a falar cedo também (Lógico! Tinha distribuir o seu arsenal de argumentos o mais rápido possível). Utilizei o método da parede com ela e deu certo também. Pequenina e espertinha, a figurinha acompanhava o irmão e ambos  se lançavam nas aventuras deixando toda a família de plantão com o coração em pulos.

Gabriel, quando chegou (Vinte anos depois) fez a diferença e tornou-se o centro das atenções. Rodeado de cuidados e mimos, não fugiu à tradição do pai e da tia, igualmente andou logo, por volta dos dez meses de idade. Fez uso do andador algumas vezes, caiu, levantou-se e foi desbravando o seu território,  cheio de  graça e sabedoria , encantando-nos a cada dia.

Enfim, andar e falar: dois verbos que Danilo, Patrícia e Gabriel aprenderam a conjugar antes de completar um aninho. O futuro tornou-se presente como num passe de mágica. Aqueles passinhos, tão bem ensaiados; aquelas primeiras palavras balbuciadas,  evoluíram;  hoje pisam firmes e confiantes nos bons caminhos que eles mesmos constroem e suas palavras são as chaves que definem o contínuo e recíproco diálogo com a vida.       
                      
  Zizi, 24/09/2016


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