Como é linda e inesquecível a fase dos primeiros passos
dos nossos filhos! Inseguros ainda, eles se apoiam em tudo que está próximo, suas
perninhas meio tortas e bambas ensaiam alguns movimentos para se
locomover, porém, ainda lhe faltam a
firmeza e coordenação necessária para concluir o ato com perfeição. O aprender
a caminhar é um dos maiores desafios enfrentados pela criança. Quando estão de
mãos dadas com os pais, a história é outra;
não há problema algum e parece muito fácil, entretanto o pequeno
guerreiro precisa vencer sozinho suas próprias batalhas...
Tombos, sustos, choros, nova tentativa uma, duas, três,
quatro... Nós, espectadoras de carteirinha, vibramos na torcida por cada
conquista. Tantas vezes assistimos às cenas. Engraçadinhos e determinados, eles
não saem do foco, instintivamente, até
conseguir os primeiros passos dos muitos que virão em seguida...
Por três vezes acompanhei esse processo em minha casa:
primeiro foram os filhos; Danilo e Patrícia;
anos depois, Gabriel, meu
neto, vivenciava a mesma experiência do
pai e da tia.
Danilo, medalha de ouro em precocidade, mostrou-se
ansioso para explorar o universo que o rodeava. Quando percebi seu interesse e
coragem em dar os primeiros passos, apoiei a ideia. Colocava-o em pé encostado
à parede para que não caísse de costas, sentava no chão à sua frente com uma
distância segura e o chamava até mim, sem tocá-lo. Ele encarava o desafio e
vinha, movendo-se devagarzinho. Para mim, aquilo não passava de uma
brincadeira, mas para ele aqueles exercícios eram sessões de ensaios cujos
resultados eu pude conferir logo depois
que ele completou 9 meses. Isso mesmo: o apressadinho andou aos nove meses de
idade sem engatinhar. Adeus sossego, o
mundo que o aguardasse!! Era um toquinho andando pela casa e quintal, explorando
cada centímetro da sua área de conforto.
Não satisfeito totalmente, continuava a façanha à noite ou madrugada. Não esqueço o dia em que acordei
assustada com ruídos de passos correndo de um cômodo a outro pela casa e quando
fui verificar, deparei-me com ele.
Com a melhor das intenções e sempre pensando no melhor,
compramos um andador que serviu depois para a irmã. Algumas quedas aconteceram,
provando que o tal objeto deixava muito a desejar com relação à segurança,
mesmo assim foi útil e atendeu as fases de ambos os filhos.
Em menos de dois anos, a chegada de mais um ilustre ser
agitou o nosso ninho. A maratona começara novamente. Danilo, como um autêntico
irmão mais velho, ensinou algumas
traquinagens para a parceirinha Patrícia, entre elas, como sair do berço. Agora
nada mais a detinha! Em seguida, tratou
logo de aprender a engatinhar; mais tarde, caminhar; e finalmente, correr... Ela
andou aos dez meses de idade e aprendeu a falar cedo também (Lógico! Tinha
distribuir o seu arsenal de argumentos o mais rápido possível). Utilizei o
método da parede com ela e deu certo também. Pequenina e espertinha, a figurinha
acompanhava o irmão e ambos se lançavam
nas aventuras deixando toda a família de plantão com o coração em pulos.
Gabriel, quando chegou (Vinte anos depois) fez a
diferença e tornou-se o centro das atenções. Rodeado de cuidados e mimos, não
fugiu à tradição do pai e da tia, igualmente andou logo, por volta dos dez
meses de idade. Fez uso do andador algumas vezes, caiu, levantou-se e foi
desbravando o seu território, cheio
de graça e sabedoria , encantando-nos a
cada dia.
Enfim, andar e falar:
dois verbos que Danilo, Patrícia e Gabriel aprenderam a conjugar antes de
completar um aninho. O futuro tornou-se presente como num passe de mágica.
Aqueles passinhos, tão bem ensaiados; aquelas primeiras palavras
balbuciadas, evoluíram; hoje pisam firmes e confiantes nos bons
caminhos que eles mesmos constroem e suas palavras são as chaves que definem o
contínuo e recíproco diálogo com a vida.
Zizi, 24/09/2016
Nenhum comentário:
Postar um comentário