sábado, 29 de outubro de 2016

De paleontólogo a chefe de cozinha


Tenho observado que a geração de crianças que nasceram de 2000 em diante possuem um interesse maior pelos animais gigantes, tanto os répteis quanto os voadores que habitaram o planeta antes da chegada do homem.

Gabriel, meu neto com mel, nascido em 2004,  faz parte desse grupo. Em 2007, despertou o fascínio pelos monstros quando assistiu pela primeira vez ao filme King Kong lançado em 2005. O pequeno loirinho de cabelos encaracolados quando viu o bichos gigantes que apareciam no filme, encantou-se de uma  tal maneira que quis rever e rever durante muitos dias. Comecei a procurar outros filmes e desenhos com o mesmo tema (dinossauros) para suprir sua curiosidade. E não parou por aí:  todas as reportagens que passavam na TV sobre o assunto, lá estava ele, muito atento, acompanhando e consumindo cada informação. Comprei livros diversos ilustrados , jogos, DVDs, brinquedos, maquetes,  roupas e meias com o tema.  Seu quarto parecia um vale dos dinossauros. Além disso, Levamos o Gabriel para exposições de dinossauros, parque temático...tudo o que eu encontrava falando em dinossauro, eu trazia para casa e ele fazia a festa. Aliás, o seu aniversário de 4 anos foi totalmente decorado com o tema dinossauro. E nessa época não era fácil encontrar uma decoração dessa, pois as crianças estavam acostumadas com os personagens tradicionais, como super-heróis ou Disney.

Quando questionado  sobre a provável profissão no futuro, ele afirmava com veemência que seria paleontólogo. Pudera,  tão pequeno e já sabia MUITO sobre eles:  diferenciava os herbívoros dos carnívoros, sabia o nome e as características de TODOS que conhecia. Sempre nos surpreendia com seus comentários e explicações.  Esse contexto durou anos e anos.  Para mim, já estava definido qual seria sua profissão.

Assuntos gerais relacionados ao meio ambiente sempre atraem a atenção do meu paleontólogo preferido. Ele conhece muito sobre bichos e plantas, tipos de solo. Fica preocupado com a preservação da natureza e se revolta quando vê reportagens que mostram a má atuação do homem com os recursos naturais. Eu sinto que vem dele essa tendência e amor pela terra e a criação em geral. Não posso me esquecer de mencionar que o Gabriel, tanto quanto eu, adora os felinos, sobretudo,  gatos.

Entretanto, esse prodígio de menino, com nome de anjo e coração de ouro, cresceu e não ficou limitado às questões do Meio Ambiente e Ecologia . Há uns dois anos demonstra grande interesse por gastronomia. Assiste ao programa  “MasterChef” sempre que pode, pesquisa receitas na internet, imprime e as prepara com perfeição. Eu confesso que sempre estou por perto quando ele  decide preparar algo,  porque tenho receio de que se queime ou se machuque, afinal ele só tem 12 anos atualmente e desde os 10 decidiu aprender a cozinhar. Por várias vezes, afirmou que seguirá a carreira gastronômica e quando prepara algo, dá para perceber o brilho em seu olhar. Ele ama cozinhar, principalmente as novidades.

Fico imaginando de onde vem esse interesse e prazer em preparar os alimentos e chego a conclusão de que seja uma mistura da atuação de duas pessoas muito ligadas a arte culinária: a mãe dele e esta avó coruja, pois igualmente amamos fazer bolos e quitutes e oferecer àqueles que estão por perto...

Paleontólogo, biólogo, ecologista, veterinário ou Chefe de cozinha? Muito cedo para obter uma resposta exata. Menino ainda para se definir como profissional, mas,  ao mesmo tempo, um homem com habilidades e competências diversas para atuar com excelência no campo decidido por ele quando chegar a hora. Estarei lá, se Deus permitir, para aplaudir de pé essa vitória que também é minha, é nossa...


       (Zizi Cassemiro, 11/09/2016)

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