Quando estamos ansiosos pela chegada de um filho, a
última preocupação levada em conta
é a sua referência zodíaca. O que importa, obviamente,
é que venha saudável e nos
embriague de alegria. O signo torna-se irrelevante naquele momento, porque cada
filho é um desafio novo, independente se pertence ao elemento terra, fogo, água ou ar; muito menos
se é do sexo feminino ou masculino.
A satisfação com a chegada de um novo ser se mistura à
aventura em lidar com alguém cuja personalidade e comportamento são distintos
daqueles que ocupavam a nossa rotina até então. E no correr dos minutos, horas,
dias, meses e anos, os traços que caracterizam essa “pessoinha” (no sentido
diminutivo e carinhoso da palavra) vão, aos poucos, se definindo, permitindo, assim,
uma prévia do futuro adolescente-adulto que irá compor o nosso cenário e
fomentar as nossas expectativas.
Criamos todos os filhos seguindo a mesma linha, embora no
primeiro a inexperiência nos “engesse” um pouco mais (o medo de arriscar e ser
mal sucedido é maior que a procura de prováveis soluções simples). Entretanto,
cada ser é um autêntico protótipo, único
e singular cujo molde não é reutilizado. É como um livro escrito pelo mesmo
autor, mas que traz um ingrediente extra no enredo que o diferencia dos demais.
O nascimento é, portanto, o auge da inspiração e o prêmio maior da criação.
Sentimo-nos mais completos quando somos contemplados por esse milagre da
multiplicação do ser.
Em casa, essa dádiva foi marcada pela diversidade no
casal de filhos: ele: Danilo, o taurino; ela: Patrícia: a pisciana. Em outras
palavras: terra x água. Para equilibrar esse contraste, entra o elemento ar da aquarianíssima Zizi, a
mãe coruja que se posicionava no meio da arena para mediar os conflitos e
tentar, na medida do possível, ser justa, reconhecendo em cada um o seu valor,
associado aos seus direitos e deveres.
Percebi, desde que eram pequenos, diferenças
significativas entre ambos: ele teimoso ao extremo, muito inquieto, satírico,
prático, ousado, com talentos musicais e artísticos para descontrair e
encantar, curioso ao extremo a ponto de
quebrar o relógio de pulso do pai para ver como funcionava por dentro. Não é à
toa que esse taurino tornou-se um ilustre engenheiro.
Ela: indiscreta (diz o que pensa doa a quem doer),
intuitiva, de alta sensibilidade (com flashes de clarividência), com talentos
literários para poema e prosa, leitora assídua, crítica, madura desde pequena,
muito humana com as questões sociais, corajosa e impulsiva. Tudo isso já era um
ensaio para a pisciana ser essa competente geógrafa.
Todavia, nem tudo gira em torno de antíteses. Há pontos
convergentes entre eles: inteligentes, sensíveis, carinhosos e amorosos,
competentes, responsáveis, determinados, boas pessoas para a sociedade, bons
filhos dos quais me orgulho muito e que carregam um pouquinho de mim em algum
cantinho daqueles adoráveis corações que fazem o meu bater mais forte...
Zizi, 01/06/2016
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