A intertextualidade
nos gêneros textuais
O presente texto expõe,
de forma concisa, um projeto destinado, sobretudo, a alunos do 3º ano do Ensino
Médio que, em seu desenvolvimento, retoma conhecimentos adquiridos no decorrer
dos anos escolares e evidencia os gêneros textuais a partir das sugestões de
atividades orais e escritas, tendo como
base um pequeno conto de Monteiro Lobato.
Considerando as
afirmações de Roxane Rojo (2004) que “A escolarização,
no caso da sociedade brasileira,
não leva à formação de
leitores e produtores
de textos proficientes
e eficazes” e isso acontece porque
as “práticas didáticas de leitura no
letramento” não desenvolvem todas as habilidades e competências necessárias
para uma autonomia de cidadão, uma vez que se preocupam mais com análises (linguísticas
e gramaticais) e interpretação dos textos. Tais declarações levam à reflexão e a um
repensar nos métodos pedagógicos relacionados à aprendizagem dos alunos; afinal,
ter cumprido as etapas de ensino (Fundamental e Médio), não garantem um
verdadeiro letramento, pois segundo Rojo
(2004):
“...
ser letrado e ler na vida e na cidadania é muito mais que isso: é escapar da
literalidade dos textos
e interpretá-los, colocando-os
em relação com
outros textos e discursos, de maneira situada na realidade
social; é discutir com os textos, replicando e avaliando posições e ideologias que constituem seus sentidos; é,
enfim, trazer o texto para a vida e colocá-lo em relação com ela. Mais que
isso, as práticas de leitura na vida são
muito variadas e
dependentes de contexto,
cada um deles
exigindo certas capacidades
leitoras e não outras.”
Isso leva a crer que a
leitura de um texto torna-se mais interessante quando permite uma intervenção
ou recriação do leitor; não é objetivo de um texto ter um fim em si mesmo. “...os enunciados de uma esfera discursiva
repercutem-se, podendo dialogar, inclusive, com
os de outras
esferas” afirmou Álvaro Caretta (2008). Tal afirmação respalda uma ideia de como explorar
a intertextualidade nos gêneros a partir de um pequeno conto.
É sabido que somente ler, analisar e
interpretar um texto já não atrai muito a atenção dos alunos que gostam de
novidades. Uma boa forma de prepará-los para a vida é justamente criar situações desafiadoras que
envolvam contextos diferenciados ligados às mais diversas esferas de atuação sociocomunicativa
como: cotidiana, escolar, literária, Jornalística, publicitária, artística e tecnológica; ao invés de se limitar à apenas um desses
domínios.
O ponto de partida, então, é a apresentação do conto de Monteiro Lobato
denominado: “Pé no Chão”. Após a leitura e comentários pertinentes sobre
interpretação, linguagem e vocabulário, as trinta e três propostas de
atividades(descritas detalhadamente na tabela), que contemplam diversos gêneros
textuais , algumas individuais e outras em duplas, são distribuídas aos alunos e, estas, depois de prontas deverão ser expostas para
toda a turma.
Dessa forma, o trabalho com gêneros textuais
permite uma simulação da realidade através da proposta de intertextualidade
contidas nas atividades sugeridas e, além disso, são as
ferramentas de ensino que reduzem
a distância entre teoria e prática, indispensáveis portanto,
no processo de aprendizagem escolar.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRAGA,
D. & BUZATTO, M: Textos em Contexto: Jornalismo, Publicidade,
Trabalho, Literatura e Artes/Mídias – tópico 2 - Revisitando
os conceitos de esfera de comunicação e de gêneros textuais/discursivos - Campinas,
SP: UNICAMP/REDEFOR, 2012. P. 01/09. Material digital para AVA do Curso de
Especialização em Língua Portuguesa REDEFOR/UNICAMP. Acesso em 25/07/12.
ROJO, R. H. R.(2004) Letramento e capacidades de leitura para a
cidadania. Disponível em:
Acesso em 25/07/2012
CARETTA, A .A (2008) As formas
da canção nas diversas esferas discursivas. Disponível em:
Acesso em 25/07/2012
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